Facebook promete restringir utilizadores se votação nos EUA gerar caos
A rede social diz que já tomou medidas semelhantes noutras partes do mundo.
O Facebook está preparado para restringir a circulação de conteúdo e de informações temporariamente na sua plataforma se a actual campanha eleitoral nos Estados Unidos culminar em actos de violência ou caos. A informação foi avançada esta segunda-feira por Nick Clegg, o vice-presidente com a responsabilidade de comunicações e assuntos globais da rede social numa entrevista ao Financial Times.
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O Facebook está preparado para restringir a circulação de conteúdo e de informações temporariamente na sua plataforma se a actual campanha eleitoral nos Estados Unidos culminar em actos de violência ou caos. A informação foi avançada esta segunda-feira por Nick Clegg, o vice-presidente com a responsabilidade de comunicações e assuntos globais da rede social numa entrevista ao Financial Times.
De acordo com Clegg, que é um dos vários vice-presidentes da multinacional, o grupo elaborou um plano para gerir a circulação e o fluxo da informação no caso de cenários que vão desde tensões sociais a disputas políticas motivadas pelo resultado das eleições presidenciais nos EUA. São medidas de emergência, frisou o executivo.
“Temos opções de emergência para fazer face a circunstâncias caóticas ou pior, violentas”, clarificou Clegg. “Temos agido de forma agressiva noutras partes do mundo quando achamos que há instabilidade cívica, e obviamente temos as ferramentas para o fazer de novo.”
Durante as eleições europeias, em Maio de 2019, a rede social juntou quatro dezenas de profissionais em Dublin, na Irlanda, para monitorizar e barrar redes de desinformação política de circular. Na Birmânia, para combater o discurso de ódio contra a minoria muçulmana rohingya, o Facebook limitou a distribuição de conteúdo sensacionalista e diminuiu o alcance de publicações de utilizadores que desrespeitavam frequentemente as regras. Em alguns casos, porém, as restrições acabaram por silenciar utilizadores da minoria étnica.
Clegg recusou-se a detalhar os planos em marcha nos EUA para evitar dar demasiada informação a agentes maliciosos, mas avançou que a rede social está a investir “recursos consideráveis” na preparação do período eleitoral. O Facebook terá uma espécie de sala de guerra virtual — apelidada de “Centro de Operações Eleitorais" — para monitorizar actividades suspeitas em torno das eleições (por exemplo, notícias dúbias e publicações a incentivar a violência) e um “Centro de Informações ao Eleitor”, que exibirá resultados credíveis sobre as eleições.
Publicações que anunciem prematuramente a vitória de um dos candidatos serão legendadas com alertas sobre a falta de fiabilidade da informação.
As medidas preparatórias do Facebook para as eleições norte-americanas surgem numa altura em que os “gigantes” das redes sociais estão sob pressão para garantir que não são um meio de desinformação em massa, depois de alertas na sequência das eleições norte-americanas de 2016 ou do referendo britânico sobre o “Brexit”, no mesmo ano.