Apenas um polícia do Kentucky indiciado e não foi pela morte de Breonna Taylor

Painel de jurados não fez qualquer acusação quanto à morte da jovem paramédica e indicou apenas um dos quatro polícias por disparar contra apartamentos na vizinhança.

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Breonna Taylor foi morta a tiro por polícias em sua casa, a 13 de Março Reuters/BRYAN WOOLSTON

Um painel de jurados do Kentucky indiciou esta quarta-feira apenas um polícia por disparar contra apartamentos na vizinhança, mas não avançou com acusações contra nenhum polícia na morte da jovem negra Breonna Taylor.

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Um painel de jurados do Kentucky indiciou esta quarta-feira apenas um polícia por disparar contra apartamentos na vizinhança, mas não avançou com acusações contra nenhum polícia na morte da jovem negra Breonna Taylor.

Imediatamente depois do anúncio do painel de jurados ao juiz de um tribunal de Louisville, no Kentucky, EUA, as pessoas que aguardavam com expectativa a decisão expressaram a sua frustração e responsáveis do Until Freedom, uma das organizações que pressionou por acusações contra os polícias, escreveram nas redes sociais que “não se fez justiça”.

Na rede social Twitter, o advogado da família de Breonna Taylor, Ben Crump, classificou a decisão como “escandalosa e insultuosa”.

O presidente da Câmara de Louisville, Greg Fischer, já tinha anunciado o recolher obrigatório a partir das 21h até às 6h30 da manhã seguinte, pedindo às pessoas para se manifestarem pacificamente.

Taylor, uma profissional de saúde negra de 26 anos, foi baleada várias vezes por uma equipa de três polícias que entraram em sua casa, com um mandado de busca no âmbito de uma investigação de tráfico de droga, em 13 de Março, provocando comoção e indignação popular, num ano em que os Estados Unidos foram abalados por violentas manifestações contra a violência policial.

O painel de jurados decidiu indiciar o polícia Brett Hankison, que já se tinha demitido, de três acusações de “acção perigosa”, puníveis com pena até cinco anos de prisão, durante a operação em que entrou em casa de Breonna Taylor, mas não apresentou nenhuma acusação contra os outros polícias ou pelo assassínio da jovem paramédica de 26 anos.

Brett Hankinson disparou a sua arma dez vezes, com algumas das balas a perfurarem as paredes do apartamento de Breonna Taylor até ao apartamento adjacente em que estavam um homem, uma mulher grávida e uma criança. De acordo com o procurador-geral do Kentucky, Daniel Cameron, não houve “provas conclusivas” de que qualquer das balas disparadas pelo polícia tenham atingido a paramédica.

Para além de Hankison, dois polícias e um detective entraram na casa de Breonna Taylor, tendo sido transferidos para outros serviços, enquanto aguardam decisão judicial. 

O sargento Jonathan Mattingly e o detective Myles Cosgrove não foram acusados porque, ao abrigo das leis dos estado do Kentucky, podiam disparar em resposta aos tiros disparados pelo namorado de Breonna Taylor, de acordo com o procurador-geral. Durante o tiroteio, Kenneth Walker, disparou quando a polícia entrou em casa, atingindo Mattingly na coxa. Walker chegou a ser acusado de tentativa de homicídio, mas a acusação foi posteriormente retirada pelos procuradores.

A 15 de setembro, as autoridades da cidade de Louisville abriram um processo contra os três polícias, a pedido da mãe de Taylor, concordando em pagar-lhe 12 milhões de dólares (cerca de dez milhões de euros) e em promulgar reformas no sistema policial local.

Manifestantes em Louisville e em várias outras cidades manifestaram-se, ao longo dos últimos meses, exigindo justiça para Taylor e para outros afro-americanos mortos às mãos da polícia, tendo recebido o apoio de algumas celebridades, incluindo a cantora Beyoncé e a apresentadora televisiva Oprah.