Romney apoia nomeação para o Supremo antes das eleições e Trump assegura maioria no Senado
Senador do Utah, crítico do Presidente, era visto como um potencial dissidente que poderia comprometer a maioria republicana no Senado. Cory Gardner e Charles E. Grassley também já manifestaram disponibilidade para votar a substituta de Ruth Bader Ginsburg antes das eleições.
O senador republicano Mitt Romney anunciou esta terça-feira que apoia a nomeação de uma nova juíza para o Supremo Tribunal dos Estados Unidos, confirmando assim que, ao que tudo indica, Donald Trump terá uma maioria no Senado para escolher uma substituta para a juíza Ruth Bader Ginsburg, que morreu na sexta-feira, aos 87 anos.
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O senador republicano Mitt Romney anunciou esta terça-feira que apoia a nomeação de uma nova juíza para o Supremo Tribunal dos Estados Unidos, confirmando assim que, ao que tudo indica, Donald Trump terá uma maioria no Senado para escolher uma substituta para a juíza Ruth Bader Ginsburg, que morreu na sexta-feira, aos 87 anos.
“A Constituição dá ao Presidente o poder de nomear [os juízes] e ao Senado dá a autoridade para aconselhar e dar consentimento para o Supremo Tribunal. Nesse sentido, pretendo seguir a Constituição e considerar o candidato escolhido pelo Presidente”, afirmou em comunicado o senador do Utah. “Se o candidato chegar ao debate no Senado, pretendo votar com base nas suas qualificações”, acrescentou Romney.
O senador republicano foi mais longe e defendeu que é natural que um país de “centro-direita” queira ter um Supremo mais conservador. “Ao longo das décadas, os meus amigos liberais ficaram habituados à ideia de terem um [Supremo] Tribunal liberal, mas isso não está escrito nas estrelas”, afirmou Romney. Neste momento, o Supremo é composto por cinco juízes nomeados pelos republicanos e três pelos democratas, ou seja, a confirmar-se a terceira nomeação do mandato de Trump, os conservadores garantem uma sólida maioria de 6-3.
Antes de Mitt Romney, uma das poucas vozes dentro do Partido Republicano que tem criticado abertamente Donald Trump, também os senadores Cory Gardner, do Colorado, e Charles E. Grassley, do Iowa, demonstraram disponibilidade para votar a substituta de Ruth Ginsburg antes das eleições, tal como pretende o Presidente norte-americano e o líder da maioria republicana do Senado, Mitch McConnell.
Após a morte da juíza Ruth Ginsburg, Trump e McConnell defenderam que a substituta deveria ser nomeada antes das eleições de 3 de Novembro, contrariando o que o líder republicano defendeu há quatro anos, quando bloqueou uma nomeação de Barack Obama em ano de eleições, argumentando que essa tarefa deveria caber ao futuro Presidente.
De acordo com a Constituição, cabe ao Presidente apontar um candidato, que depois é escrutinado pelo Senado, que vota para confirmar a nomeação. O Partido Republicano tem uma maioria de 53-47 no Senado e ainda conta com o poder do vice-presidente Mike Pence de desempatar uma votação.
Mas, após a morte de Ruth Ginsburg, as senadoras Susan Collins, do Maine, e Lisa Murkowski, do Alasca, reiteraram que a votação só deveria acontecer depois de um novo Presidente tomar posse. Nesse sentido, para garantirem a maioria, os republicanos só podiam ter duas dissidências, e a imprensa norte-americana apontou a Romney, que votou favoravelmente o impechment de Trump, e a Gardner e Grassley, que enfrentam uma dificil reeleição (um terço dos lugares do Senado é escolhido no dia 3 de Novembro).
Com os três hipotéticos dissidentes a aceitarem a votação antes das eleições, Donald Trump e Mitch McConnell parecem ter a maioria que desejam.
Na segunda-feira, o Presidente norte-americano, que no fim-de-semana já tinha garantido que a substituta de Ruth Ginsburg será uma mulher, anunciou que a sua escolha para o Supremo será anunciada o mais tardar no sábado. A conservadora católica Amy Coney Barrett, de 49 anos, e a hispânica Barbara Lagoa, de 52, são as favoritas e ambas já foram elogiadas publicamente por Trump.
O líder da maioria republicana no Senado, por seu turno, garantiu que “o Senado vai votar a nomeação este ano”, sem especificar se será antes ou depois das eleições de Novembro. “O Senado tem tempo mais do que suficiente para proceder à nomeação. A história e os precedentes deixam isso bem claro”, afimou Mitch McConnell.