Aplicação chinesa TikTok anuncia acordo com Oracle e Wallmart e adia proibição

Promessa de doação de cinco mil milhões de dólares para fundo de educação foi decisivo, adiantou Donald Trump. Proprietária do TikTok diz não ter conhecimento da existência deste ponto no acordo.

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Diogo Ventura

A aplicação TikTok, filial da sociedade chinesa ByteDance ameaçada de ser proibida nos Estados Unidos, anunciou este domingo um acordo de princípio com a Oracle, como parceiro tecnológico, e com a Walmart, em termos comerciais.

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A aplicação TikTok, filial da sociedade chinesa ByteDance ameaçada de ser proibida nos Estados Unidos, anunciou este domingo um acordo de princípio com a Oracle, como parceiro tecnológico, e com a Walmart, em termos comerciais.

“Estamos felizes que a proposta da TikTok, Oracle e Walmart resolva os problemas de segurança apontados pela administração norte-americano e as questões relativas ao futuro da TikTok nos Estados Unidos”, disse um porta-voz.

Antes, o Presidente norte-americano, Donald Trump, tinha afirmado ter dado “luz verde” ao acordo, que prevê também que as duas empresas possam comprar até 20% da TikTok, antes de uma futura entrada em bolsa, provavelmente no próximo ano.

O acordo, a ser concluído, vai permitir a criação de uma empresa, possivelmente com sede no estado do Texas, acrescentou Trump, que ameaçou proibir as operações da aplicação nos Estados Unidos por considerar estar em risco a segurança nacional do país.

A nova empresa vai contratar pelo menos 25 mil pessoas e contribuir com cinco mil milhões de dólares (cerca de 4,2 mil milhões de euros) para um fundo dedicado à educação dos norte-americanos. “Isso é a contribuição deles que tenho pedido”, disse Trump.

A Oracle, multinacional norte-americana de tecnologia informática, vai ser responsável por toda a informação dos utilizadores norte-americanas da aplicação chinesa de partilha de vídeos, e pela protecção dos sistemas informáticos de modo a garantir o cumprimento das exigências de segurança nacional impostas pela administração Trump.

A Wallmart, multinacional norte-americana de venda a retalho, vai fornecer as plataformas de comércio digital e outros serviços comerciais à TikTok, que tem cerca de 100 milhões de utilizadores nos Estados Unidos e quase mil milhões em todo o mundo.

Na sequência do anúncio deste acordo, o Departamento de Comércio norte-americano anunciou, no sábado, que ia adiar pelo menos até 27 de Setembro a proibição de descarregamento da TikTok. A proibição devia entrar este domingo em vigor.

A decisão foi tomada “em vista dos recentes desenvolvimentos positivos”, indicou o departamento, num comunicado difundido pouco depois da confirmação pela aplicação chinesa sobre um projecto de acordo sobre a gestão das actividades nos Estados Unidos.

Proprietária do TikTok desconhece fundo citado por Trump

A Bytedance, proprietária da aplicação TikTok, afirmou desconhecer o fundo de educação de 5000 milhões de dólares que, segundo Donald Trump, está incluído no acordo entre a Oracle e a Walmart, para continuar a operar nos Estados Unidos.

Donald Trump, anunciou um acordo de princípio “fantástico”, envolvendo a aplicação chinesa de partilha de vídeos TikTok e a Oracle e a Walmart. “Dei a minha aprovação ao acordo. Se se concretizar, tanto melhor. De contrário, também estará bem”, acrescentou o Presidente republicano, antes de partir para uma reunião de campanha na Carolina do Norte.

O Presidente lembrou que no acordo de parceria entre Oracle e Walmart com a TikTok “a segurança seria de 100%” que as aplicações “vão usar nuvens separadas e segurança muito poderosa e que farão uma contribuição de 5 mil milhões de dólares [cerca de 4,22 mil milhões de euros] em educação”.

A Bytedance especificou este domingo no seu agregador de notícias que é “a primeira vez” que ouve dizer que o acordo inclui um fundo de educação para os Estados Unidos.

“A empresa está comprometida em investir no sector de educação e planeia trabalhar com parceiros e accionistas globais para lançar projectos de inteligência artificial (IA) e salas de aula online baseadas em tecnologia de vídeo para alunos em todo o mundo”, disse Bytedance, sem fazer referências explícitas aos EUA.