Testes rápidos da covid-19 podem ser “livre-trânsito” para a normalidade
Neste momento, os melhores candidatos a oferecerem soluções de curto prazo, permitindo-nos mitigar novas escaladas do contágio e assegurar um quase regresso à normalidade, são os testes rápidos ao coronavírus.
A vacina é a melhor aposta para ultrapassarmos a pandemia de covid-19 e continuamos a ter razões para acreditar que será uma realidade no futuro próximo. Até lá, contudo, é importante diversificar estratégias e não perder de vista outras soluções com o potencial para fazerem a diferença no imediato.
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A vacina é a melhor aposta para ultrapassarmos a pandemia de covid-19 e continuamos a ter razões para acreditar que será uma realidade no futuro próximo. Até lá, contudo, é importante diversificar estratégias e não perder de vista outras soluções com o potencial para fazerem a diferença no imediato.
Neste momento – além da manutenção do respeito pelo uso da máscara, os cuidados de higiene e as regras do distanciamento físico –, os melhores candidatos a oferecerem soluções de curto prazo, permitindo-nos mitigar novas escaladas do contágio e assegurar um quase regresso à normalidade, são os testes rápidos ao coronavírus.
Imaginemos um kit de baixo custo, acessível a todos, que pode ser utilizado diariamente em casa por qualquer um e garante resultados fiáveis em menos de 20 minutos. O que poderia uma solução desta ordem, uma vez massificada, representar para as empresas, para as escolas, para os serviços públicos em geral? Que possibilidades abriria para a oferta cultural, os eventos desportivos, os estabelecimentos noturnos, a aviação comercial?
Recentemente, tem gerado muito debate, sobretudo em Portugal, a famosa aplicação de telemóvel que permitiria monitorizar os casos positivos de covid-19. Mas a verdade é que, sem percentagens muito superiores de cidadãos testados, esta tecnologia terá sempre um valor limitado.
Há uns tempos atrás, testar a população em massa e sistematicamente pareceria pouco exequível. E muito menos realista seria imaginar que isto pudesse ser feito pelos próprios cidadãos, como uma qualquer outra rotina diária, numa espécie de check-in prévio ao início das suas atividades. Mas é precisamente isto que está agora em cima da mesa.
O Reino Unido acaba de anunciar um investimento da ordem dos 550 milhões de euros para a pesquisa e desenvolvimento destes “kits” covid-19. Nos Estados Unidos, epidemiologistas reputados têm pedido medidas idênticas ao governo federal, que poderá bem vir a anunciá-las em breve. Na União Europeia temos também de encarar esta possibilidade com muita atenção.
No início desta semana, a delegação do PSD no Parlamento Europeu enviou uma carta à comissária europeia com o pelouro da Ciência e Inovação, Mariya Gabriel, questionando-a sobre que iniciativas tem a União em curso relativamente a estes testes. E instando a Comissão Europeia, caso ainda não o tenha feito, a investir na pesquisa e desenvolvimento destinados a avaliar a eficácia e fiabilidade dos testes e a sua eventual distribuição generalizada.
Como representantes dos cidadãos, temos todos – autoridades europeias, governos dos Estados-membros, deputados europeus e nacionais – a obrigação de não desperdiçar oportunidades.
Confesso que nunca gostei do slogan “Vai ficar tudo bem” que tem acompanhado esta pandemia. E não gostei porque este sugere que as coisas se resolverão por si. Ficará “tudo bem” se não baixarmos a guarda e se formos capazes cada vez mais de antecipar os problemas e de sermos proactivos na busca de soluções.
A autora escreve segundo o novo acordo ortográfico