Tadej Pogacar arrasa no duelo esloveno e vai ganhar o Tour

Primoz Roglic parecia ter a Volta à França controlada, mas fraquejou nos 36,2 quilómetros da penúltima etapa e as ruas de Paris vão consagrar o ciclista da UAE Team Emirates.

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Reuters/STEPHANE MAHE

Sem surpresa, após 107 edições, a Volta à França terá pela primeira vez um esloveno no lugar mais alto do pódio, mas, contra todas as previsões, não será Primoz Roglic que terá a honra de ser consagrado neste domingo na Avenida dos Campos Elísios. Apesar de o líder da Jumbo-Visma não ter feito um mau contrarrelógio (foi 5.º classificado), Tadej Pogacar arrasou toda a concorrência nos 36,2 quilómetros entre Lure e La Planche des Belles Filles e, se não acontecer nenhuma fatalidade na curta ligação entre Mantes-la-Jolie e Paris, o ciclista da UAE Team Emirates vai fazer história, tornando-se no mais jovem a vencer o Tour desde 1904. 

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Sem surpresa, após 107 edições, a Volta à França terá pela primeira vez um esloveno no lugar mais alto do pódio, mas, contra todas as previsões, não será Primoz Roglic que terá a honra de ser consagrado neste domingo na Avenida dos Campos Elísios. Apesar de o líder da Jumbo-Visma não ter feito um mau contrarrelógio (foi 5.º classificado), Tadej Pogacar arrasou toda a concorrência nos 36,2 quilómetros entre Lure e La Planche des Belles Filles e, se não acontecer nenhuma fatalidade na curta ligação entre Mantes-la-Jolie e Paris, o ciclista da UAE Team Emirates vai fazer história, tornando-se no mais jovem a vencer o Tour desde 1904. 

A meio da última semana, no final da 17.ª etapa, após perder 17 segundos para Roglic na temível subida ao Col de la Loze, Pogacar foi modesto – “Num final tão duro, estou contente por não ter perdido mais tempo” -, mas mostrou ambição: “Tudo pode acontecer. O Tour ainda não acabou. Uma diferença de 57 segundos ainda é recuperável.” A lógica, no entanto, indicava que apenas uma enorme surpresa tiraria a Roglic a amarela na chegada a Paris. E a surpresa aconteceu mesmo.

À partida para os 36,2 quilómetros que ligaram Lure a La Planche des Belles Filles, já se sabia que o vencedor da 107.º do Tour ficaria decidido no final de um contrarrelógio maioritariamente plano, mas que tinha nos últimos seis mil metros uma exigente subida de primeira categoria. Para Roglic, que tinha passado com distinção nas montanhas, o percurso parecia perfeito para reforçar a liderança que estava presa por confortáveis 57 segundos, mas contra todas as expectativas, Pogacar fez um dos mais impressionantes “cronos” dos últimos anos e arrasou toda a concorrência. 

Com o tempo de 55 minutos e 55 segundos, Pogacar deixou na 20.ª etapa o holandês Tom Dumoulin (Jumbo-Visma) e o australiano Richie Porte (Trek-Segafredo) a 1m21s de distância. Roglic foi o 5.º, a 1m56s de Pogacar, e vai partir para o “passeio” até Paris a 59 segundos do seu conterrâneo. Nelson Oliveira (Movistar) manteve-se durante algum tempo nos primeiros lugares, mas terminou em 27º, a 4m42s do esloveno da UAE Team Emirates. Na geral, o ciclista português ganhou uma posição e deverá terminar o Tour na 56.ª posição.

Com o enorme feito alcançado neste sábado, Pogacar consegue bater os principais favoritos à partida para esta edição do Tour, como Roglic, Bernal, Pinot, Quintana ou Dumoulin, e passa a ser uma certeza do pelotão internacional.

O jovem esloveno, que no ano passado venceu a Volta ao Algarve, já tinha estado em destaque em 2019, ao estrear-se na Volta à Espanha com três vitórias em etapas de montanha e um muito meritório terceiro lugar na geral final. Mostrando defender-se bem em todos os terrenos, Pogacar esta temporada já tinha vencido a Volta à Comunidade Valenciana, o campeonato esloveno de contrarrelógio e uma etapa do UAE Tour. 

O melhor, no entanto, chegará em Paris, quando o prodígio esloveno for consagrado como o vencedor da 107.ª edição do Tour e concretizar o “sonho”. “Não sei o que dizer. Não sei como consegui isto. Conquistar a camisa amarela no último dia foi um sonho. Estou muito, muito orgulhoso do que conquistamos.”