Direcção do Livre apoia candidatura de Ana Gomes
Apesar da preferência da direcção por Ana Gomes, o Livre ainda vai ouvir os seus membros para decidir se avança ou não com o apoio oficial do partido a alguma candidatura.
A direcção do Livre recomendou aos seus membros e apoiantes que escolham a ex-eurodeputada socialista Ana Gomes como a candidata que será apoiada pelo partido na corrida a Belém. No entanto, apesar da indicação dada pelo grupo de contacto [direcção] do partido, o apoio só será oficializado se for aprovado na consulta interna. O partido ouve os seus membros já este fim-de-semana, nos dias 18 e 19 de Setembro, por via electrónica.
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A direcção do Livre recomendou aos seus membros e apoiantes que escolham a ex-eurodeputada socialista Ana Gomes como a candidata que será apoiada pelo partido na corrida a Belém. No entanto, apesar da indicação dada pelo grupo de contacto [direcção] do partido, o apoio só será oficializado se for aprovado na consulta interna. O partido ouve os seus membros já este fim-de-semana, nos dias 18 e 19 de Setembro, por via electrónica.
O apoio da direcção à socialista Ana Gomes foi comunicado num email enviado aos membros do partido. No documento ao qual o PÚBLICO teve acesso, a direcção recorda que o método de consulta interna foi o mesmo usado nas últimas presidenciais, em 2016, altura em que o Livre apoiou também um candidato de esquerda, António Sampaio da Nóvoa.
O Livre recorda também que a Moção Estratégica da direcção, apresentada e aprovada no IX Congresso do partido, defendia o apoio a uma candidatura presidencial que desse “prioridade aos princípios” do Livre e que fosse “assente nos quatro pilares das liberdades e direitos cívicos; da igualdade e da justiça social; do aprofundamento da democracia em Portugal e da construção de uma democracia europeia”; e da “ecologia, da sustentabilidade e da solidariedade intergeracional”.
Por isso e por acreditar que “a área política da esquerda deve ser reforçada nestas eleições presidenciais” e tendo em conta “o impacto das candidaturas da extrema-direita e centro-direita”, a direcção do Livre considera “urgente” apoiar uma candidatura que viabilize um debate à esquerda.
Depois de citar as nove pré-candidaturas já conhecidas, a direcção considera que, entre todos os perfis, “Ana Gomes deve ser a candidata apoiada pelo Livre, considerando que dará voz aos ideais, e visão de futuro para o país, do partido”.
Na apresentação da sua candidatura, Ana Gomes disse ser “a voz do socialismo democrático" e entrou na corrida com o objectivo de se assumir como “uma Presidente livre de compadrios e de comprometimentos”, empenhada em que “as instituições da República funcionem com meios adequados”.
Já a 8 de Setembro, depois de o PÚBLICO ter avançado a candidatura de Ana Gomes, Pedro Mendonça, membro da direcção do Livre, deixava clara a intenção de apoiar a socialista, por partilhar os mesmos valores do Livre. “É europeísta, feminista e defensora dos direitos humanos”, dizia Pedro Mendonça. Também o fundador do Livre e antigo eurodeputado Rui Tavares considera que a candidatura de Ana Gomes “vem trazer qualidade ao debate” durante a campanha e acredita que a militante socialista terá condições para passar a uma segunda volta nas eleições presidenciais.
A direcção do partido sublinha ainda que é importante o Livre “tenha uma participação e posicionamento activos na campanha presidencial, tanto pela missão de dar uma Presidência progressista e humanista a Portugal, bem como pela necessidade de mobilizar o partido numa campanha importante para o futuro do país”.
Na lista de apoios a Ana Gomes constam já o deputado do PS e constitucionalista Pedro Bacelar Vasconcelos, Isabel Soares, ex-directora do Colégio Moderno e filha de Mário Soares e Maria Barroso, Maria Lurdes Rodrigues, ex-ministra da Educação de um Governo PS e Adelaide Ribeiro, membro do secretariado nacional da Mulheres Socialistas.
No formulário que será disponibilizado aos membros constarão duas perguntas: “O Livre deve apoiar um/a candidato/a às eleições presidenciais de 2021?” (pergunta que deverá ser respondida com “sim” ou “não” e “Qual o/a candidato/a que o Livre deve apoiar?”
Será considerada válida qualquer resposta à segunda pergunta que indique “de forma clara, sem interpretações dúbias” um dos candidatos que já tenha declarado inequivocamente que se candidatará à Presidência da República na próxima eleição presidencial, diz ainda o documento.
Até ao momento são conhecidas as pré-candidaturas de:
- Ana Gomes (militante e ex-eurodeputada do PS)
- Marisa Matias (eurodeputada do BE)
- João Ferreira (eurodeputado do PCP)
- André Ventura (líder do Chega)
- Bruno Fialho (presidente e apoiado pelo Partido Democrático Republicano)
- Carla Bastos (militante do PS)
- Orlando Cruz (militante do CDS)
- Tiago Mayan Gonçalves (candidato da Iniciativa Liberal)
- Vitorino Silva, o “Tino de Rans”, (líder do RIR - Reagir Incluir Reciclar)