Mazda: MX-30, a electricidade ao serviço do quotidiano

O primeiro modelo zero emissões da Mazda foi concebido para o uso do dia-a-dia, mesmo que chegue com as formas da moda: é um SUV, com autonomia de 200 quilómetros.

Foto
O primeiro modelo eléctrico da Mazda já está à venda DR

É exactamente no ano em que celebra o centenário enquanto marca – e as bodas de prata da presença em Portugal – que a Mazda entra no mundo dos eléctricos. E logo com um modelo a 100%, pensado de raiz para tal. Chama-se MX-30 e a utilização do prefixo icónico e sinónimo do roadster mais vendido de sempre, o MX-5, é propositada. Isto porque a Mazda quer com este lançamento “criar novos valores” e não simplesmente retirar um motor térmico de um modelo já conhecido e substituí-lo por um eléctrico.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

É exactamente no ano em que celebra o centenário enquanto marca – e as bodas de prata da presença em Portugal – que a Mazda entra no mundo dos eléctricos. E logo com um modelo a 100%, pensado de raiz para tal. Chama-se MX-30 e a utilização do prefixo icónico e sinónimo do roadster mais vendido de sempre, o MX-5, é propositada. Isto porque a Mazda quer com este lançamento “criar novos valores” e não simplesmente retirar um motor térmico de um modelo já conhecido e substituí-lo por um eléctrico.

Ou seja, a Mazda não se limita com este novo MX-30 a lançar um eléctrico, tendo criado uma nova plataforma e trabalhado o chassis Skyactiv para oferecer uma experiência de condução pouco comum em automóveis com este tipo de energia. No fundo, a marca de Hiroxima quis lançar “um eléctrico que não fosse um electrodoméstico”, como nos disseram há uns meses, quando tivemos a oportunidade de um primeiro contacto ainda com uma versão inacabada do carro – e, por aquilo que experimentámos, então e agora, parece tê-lo conseguido.

Foto
DR

Fê-lo seguindo a moda dos SUV e apresenta, ao mesmo tempo, um carro familiar, com capacidades de uns passeios divertidos ao fim-de-semana, mas com uma utilidade pensada para o quotidiano. Começando pelo primeiro, espaço não lhe falta, com lugar para cinco e com a benesse de uma entrada facilitada para quem tiver de se sentar atrás – tirando partido da ausência do pilar B, o MX-30 recupera as portas traseiras suicidas que já não se viam desde o desportivo RX-8. Já a mala, não sendo uma referência entre os SUV médios, consegue arrumar uns razoáveis 366 litros.

Depois, é um SUV. E isso significa que está apto a sair do asfalto e a realizar alguns passeios pela natureza – e sem deixar um rasto de poluição. Já as suas funções quotidianas, que a marca cataloga como uma tendência citadina (o que nos parece um pouco exagerado, tendo em conta as dimensões avantajadas do veículo: 4,395m de comprimento por 1,795m de largura), deve-se ao facto de a autonomia em trânsito urbano esticar. Isto é, em circuito misto, a bateria de 35,5kWh (refrigerada a líquido) admite percorrer 200 quilómetros com um único carregamento, enquanto na cidade a autonomia pode chegar aos 265 quilómetros, com o carro a tirar partido do pára-arranca – algo que pudemos confirmar no computador de bordo: após umas voltas pelo centro de Lisboa, o consumo energético rondava os 18kWh, abaixo do anunciado para a autonomia de 200 quilómetros. E, sublinhe-se, estes são valores WLTP, que se aproximam o suficiente da realidade para serem levados em conta.

As emoções na ponta dos pés

Já atrás se falou sobre o trabalho feito no chassis, mas vale a pena voltar ao mesmo quando se pretende descrever as emoções que a condução deste carro consegue proporcionar e que prima pela solidez, mas também pelo facto de ser fácil e confortável. E, claro, por termos um motor eléctrico, os 145cv e o binário de 271 Nm estão sempre disponíveis na ponta do pé – algo que impressiona no arranque, sobretudo para quem está mais à vontade com motores térmicos. Foi a pensar precisamente nestes, para facilitar a transição, que a Mazda introduziu uma espécie de feedback auditivo, suave, para que não se ande a altas velocidades sem se dar conta.

Claro que quanto mais se fizer o gosto à ponta do pé mais depressa se esgotará a bateria. Por isso, a Mazda quer que se pense neste carro como se fosse um smartphone, pondo-o a carregar todas as noites, não obstante o facto de uma carga permitir praticamente uma semana de casa-trabalho, se se tiver em conta a média europeia de menos de 50 quilómetros/dia.
Numa tomada comum doméstica, a bateria demora quase 14 horas a atingir os 100%, mas com uma wallbox de 6,6kW precisa apenas de cinco horas. Partindo do pressuposto que não se começa a carregar o carro com a bateria nula, um carregamento dos 20% aos 80%, a 6,6kW, demora três horas. Se se carregar fora de casa, num carregador rápido, 36 minutos chegam para atingir 80% de autonomia.

Foto
DR

Conforto responsável

O enfoque na ecologia não se vê só na locomoção, mas também na escolha dos materiais do carro. Os painéis laterais são suaves ao toque e são feitos de materiais 100% reciclados e há apontamentos de cortiça (portuguesa, sublinhe-se) nas portas e na consola central que introduz uma textura diferente do habitual. Também os assentos são uma declaração de amor ao mundo animal, sendo usada apenas pele artificial.

Faz parte do design moderno, mas também confortável, uma consola flutuante e a introdução de dois ecrãs, embora um deles seja quase apenas a transformação para o digital dos instrumentos do ar condicionado.

O Mazda MX-30 já está à venda por 34.500 euros na versão First Edition (edição limitada) e varia entre 35.250 e 39.760 euros pela versão Excellence, de acordo com os opcionais. No entanto, está a decorrer campanha de lançamento: 29.790 euros, preço chave-na-mão, válido para quem recorra a financiamento da marca de 120 meses e que inclui a oferta do valor equivalente às prestações de 2020 até ao máximo de mil euros.