“Olá, daqui é o Navalny.” Opositor russo publica fotografia no hospital e planeia regressar à Rússia

Opositor russo conseguiu respirar sem apoio de ventilador pela primeira vez. Segundo o The New York Times, Alexei Navalny não quer pedir exílio na Alemanha e pretende regressar à Rússia assim que o seu estado de saúde o permita.

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Alexey Navalny acompanhado pela mulher e pelos filhos no Hospital Charité, em Berlim Reuters/SOCIAL MEDIA

O estado de saúde de Alexei Navalny está a melhorar e esta terça-feira o opositor do Presidente russo Vladimir Putin publicou uma fotografia na sua conta de Instagram, rodeado pela família, com uma mensagem a afirmar que, pela primeira vez desde que foi envenenado, conseguiu respirar sem necessitar do ventilador.

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O estado de saúde de Alexei Navalny está a melhorar e esta terça-feira o opositor do Presidente russo Vladimir Putin publicou uma fotografia na sua conta de Instagram, rodeado pela família, com uma mensagem a afirmar que, pela primeira vez desde que foi envenenado, conseguiu respirar sem necessitar do ventilador.

“Olá, daqui é o Navalny. Tenho saudades vossas”, lê-se na mensagem publicada na rede social, onde surge acompanhado pela mulher, Yulia, e pelos dois filhos. “Ainda não consigo fazer quase nada, mas ontem [segunda-feira] consegui respirar sozinho durante todo o dia”, revelou.

Na segunda-feira, o Hospital Charité, em Berlim, anunciou que o advogado de 44 anos deixou de precisar de ventilação artificial pela primeira vez e que até conseguiu sair da sua cama e caminhar um pouco. Navalny saiu do coma induzido na semana passada.

No mesmo dia em que o hospital alemão revelou as melhorias no estado de saúde do opositor russo, três laboratórios franceses e suecos confirmaram que Navalny foi envenenando com um agente de nervos da família do Novichok, uma arma química altamente tóxica, confirmando assim a tese defendida por Berlim.

A melhorar progressivamente, Navalny já fez saber pretende regressar à Rússia assim que possível. A notícia foi avançada na segunda-feira à noite pelo The New York Times, que cita uma fonte das forças de segurança alemãs, sob anonimato.

“Ele não está a planear ficar exilado na Alemanha. Ele quer regressar à Rússia e continuar a sua missão”, disse o oficial ouvido pelo diário norte-americano, acrescentando que o advogado que tem denunciado a corrupção nas mais altas esferas do poder russo está consciente do que lhe aconteceu e que rejeita, para já, cooperar com as autoridades russas, que têm apelado a uma investigação conjunta.

A porta-voz de Navalny, Kira Yarmysh, confirmou no Twitter que o advogado pretende regressar a casa, sublinhando que “nenhuma outra opção foi considerada”.

Depois de ter estado a fazer campanha para as eleições locais na Sibéria, no dia 20 de Agosto, Alexei Navalny sentiu-se mal no aeroporto de Tomsk, depois de ter bebido um chá. Foi levado de urgência para um hospital em Omsk e foi transferido para o Hospital Charité, em Berlim, dois dias depois.

No início de Setembro, um laboratório militar alemão garantiu que os testes realizados a Navalny comprovavam que o opositor russo tinha sido envenenado com Novichok, uma arma desenvolvida nas décadas de 1970 e 1980 na União Soviética, que também foi usada contra o antigo espião Sergei Skripal no Reino Unido, em 2018.

Desde que Navalny foi internado que os seus familiares a aliados políticos acusam o Kremlin de ter ordenado o envenenamento, uma tese rejeitada por Moscovo, que descarta qualquer responsabilidade, perante a pressão do Ocidente, que exige explicações.