Madeira, Lisboa e Açores lideraram queda nos proveitos de turismo
Proveitos totais do alojamento turístico foram de 157,9 milhões de euros em Julho, o que representa uma quebra de 70,5% em termos homólogos, de acordo com os dados do INE.
Os proveitos totais do sector do alojamento turístico não foram além dos 157,9 milhões de euros no mês de Julho, o que representa uma queda de 70,5% em termos homólogos (mesmo assim, uma ligeira melhoria face aos -88,6% registados em Junho).
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Os proveitos totais do sector do alojamento turístico não foram além dos 157,9 milhões de euros no mês de Julho, o que representa uma queda de 70,5% em termos homólogos (mesmo assim, uma ligeira melhoria face aos -88,6% registados em Junho).
As regiões mais atingidas, de acordo com os dados definitivos divulgados esta terça-feira pelo INE, foram a Área Metropolitana de Lisboa, com -86,4% (para 18,2 milhões), seguindo-se a Madeira com -87,6% (para 5,2 milhões de euros) e os Açores com -85,3% (para 2,7 milhões de euros).
Em sentido inverso, as menores quebras foram sentidas pelo Alentejo, com -25,1% (para 17 milhões), seguindo-se a zona Centro com -50% (para 19,3 milhões) e o Norte com -63,7% (para 25,4 milhões, assumindo a segunda posição enquanto destino turístico à frente de Lisboa, quando em idêntico período de 2019 valia metade).
No meio da tabela ficou o Algarve, com -66,5%, encaixando 70 milhões de euros, o que corresponde a 44% dos proveitos totais do país (contra 39% de Julho de 2019).
Estes dados mostram os fortes impactos da pandemia no sector e as mudanças geográficas dos turistas, com muito menos estrangeiros e um afastamento de destinos mais urbanos, como a zona de Lisboa.
Apesar de serem pouco representativos (com um peso inferior a 10% do total), foi nos estabelecimentos de turismo no espaço rural e de habitação que houve quebras menores, que se situaram nos 18,4% e 19,4%, respectivamente.
De resto, e conforme já tinha sido dado nota na estimativa rápida do INE, o mês de Julho só não foi pior graças ao movimento dos residentes. Houve um milhão de hóspedes registados nesse mês e, desses, 729 mil eram nacionais (-31,9% em termos homólogos) e apenas 296 mil eram estrangeiros (-83,4%).
De acordo com o INE, “a totalidade dos dezasseis principais mercados emissores manteve decréscimos expressivos em Julho superiores a 65%”. As dinâmicas mais negativas foram as dos mercados irlandês (-88%), norte-americano (-81,3%) e britânico (-78,4%), tendo este último a particularidade de ser o principal mercado emissor de turistas para Portugal. Já o mercado espanhol foi dos que mais ajudou a minorar o impacto negativo no sector, ao lado do mercado interno, com uma queda de 72,1%.
No mês de Julho, em plena época alta, houve 27,8% dos estabelecimentos turísticos que não abriram as portas ou não tiveram hóspedes. Desde Março – início da pandemia - até agora, os proveitos fixaram-se nos 696 milhões de euros, o que representa uma queda de 70% face aos 2320 milhões do mesmo período de 2019.