Oracle ganha luta pela TikTok nos EUA depois de Microsoft sair da corrida

Meios de comunicação estatais chineses indicam que algoritmo da aplicação não está para venda.

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LUSA/HAYOUNG JEON

A ByteDance (dona da TikTok) chegou a um acordo preliminar com a Oracle (empresa norte-americana especializada em software e hardware) para a aplicação TikTok operar nos Estados Unidos, depois da oferta da Microsoft ter sido rejeitada, informa o Financial Times (FT). Segundo o jornal, este acordo não inclui a venda completa da aplicação.

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A ByteDance (dona da TikTok) chegou a um acordo preliminar com a Oracle (empresa norte-americana especializada em software e hardware) para a aplicação TikTok operar nos Estados Unidos, depois da oferta da Microsoft ter sido rejeitada, informa o Financial Times (FT). Segundo o jornal, este acordo não inclui a venda completa da aplicação.

De acordo com o FT, a Oracle pretende abordar algumas das preocupações que Trump tinha em relação à aplicação da empresa chinesa. Donald Trump afirmou que o TikTok poderia ser utilizado pela China para localizar funcionários federais, usar dados para chantagem e fazer espionagem, diz o jornal The Guardian.

Os accionistas da ByteDance devem ter uma participação no negócio final, conforme indicou uma fonte da empresa ao FT. Segundo a mesma fonte, as investigações continuam em cima da mesa e podem ainda mudar.

Contudo, não há muito tempo para negociações, uma vez que Donald Trump ameaçou proibir o TikTok já na próxima terça-feira, 15 de Setembro, a não ser que haja um acordo. Porém, o FT indica que a ordem executiva que o Presidente assinou tinha como prazo legal domingo (20 de Setembro).

Qualquer acordo que venha a ser feito tem de ser aprovado pelos governos dos Estados Unidos e da China. Nenhuma das partes parece ficar satisfeita. O Presidente norte-americano quer a venda total das operações da TikTok nos EUA; por outro lado, Pequim opõe-se a esta venda e preferia que a empresa fosse encerrada, de acordo com a agência Reuters. Inclusive, no final de Agosto, a China alargou a lista de tecnologias nacionais sujeitas a maiores controlos de exportação para incluir regras sobre produtos com inteligência artificial, o que pode dificultar a venda da aplicação de vídeos.

No outro lado do mundo, os meios de comunicação estatais chineses dizem que a ByteDance não vai vender o algoritmo da TikTok nos EUA à Oracle ou a outra empresa.

Especialistas americanos e chineses ouvidos pelo FT e pelo The Guardian duvidam que o acordo vá para a frente, pois Trump “está constantemente a mudar de ideias” e um acordo sem grandes alterações ao algoritmo não alteravam as preocupações do Presidente norte-americano.

Estas negociações têm um longo histórico, tendo a Microsoft desistido da compra. No domingo, a empresa norte-americana anunciou que a sua oferta tinha sido rejeitada, deixando a Oracle como único possível comprador. “Estamos confiantes de que a nossa proposta teria sido boa para os utilizadores da TikTok, protegendo ao mesmo tempo os interesses de segurança nacional”, disse a empresa.

O grupo norte-americano Walmart (maior companhia de retalho do mundo), que estava em negociações em conjunto com a Microsoft, indicou que continua a ter interesse na aplicação e permanece em discussões com a empresa chinesa, diz o FT.

De acordo com o FT, a Oracle tem uma relação mais atribulada com a China do que a Microsoft. A empresa tecnológica despediu mais de metade da sua equipa de pesquisa e desenvolvimento (cerca de 900 funcionários) na China em 2019.

A Oracle tem estado em conversações com investidores da ByteDance, incluindo a General Atlantic e a Sequoia Capital. Todos os envolvidos recusaram-se a comentar o processo.

As acções da Ásia-Pacífico ligados às acções tecnológicas dos EUA subiram esta segunda-feira à medida que se noticiava a compra da TikTok pela Oracle.