Naomi Osaka também ganhou dentro do court

Terceiro título da japonesa no Grand Slam reforçou a sua nova condição de activista social.

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LUSA/JASON SZENES

Quando lhe perguntaram porque é que tinha trazido uma máscara com nomes de vítimas de violência policial para cada um dos seus encontros no US Open, Naomi Osaka respondeu que o objectivo era pôr as pessoas a falar do assunto. Ainda antes de o torneio começar, o seu contributo ao movimento Black Lives Matter tinha conquistado o respeito de todos. Dentro do court, foi confirmando igualmente que, aos 22 anos, é uma tenista com uma enorme maturidade. Foi assim que inverteu o sentido da final, inicialmente destinada a Victoria Azarenka, e conquistou o seu terceiro título do Grand Slam.

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Quando lhe perguntaram porque é que tinha trazido uma máscara com nomes de vítimas de violência policial para cada um dos seus encontros no US Open, Naomi Osaka respondeu que o objectivo era pôr as pessoas a falar do assunto. Ainda antes de o torneio começar, o seu contributo ao movimento Black Lives Matter tinha conquistado o respeito de todos. Dentro do court, foi confirmando igualmente que, aos 22 anos, é uma tenista com uma enorme maturidade. Foi assim que inverteu o sentido da final, inicialmente destinada a Victoria Azarenka, e conquistou o seu terceiro título do Grand Slam.

“Estava muito nervosa, não mexi os pés. Senti que tinha muita coisa na cabeça. Tentei ser positiva, não perder 6-1, 6-0”, afirmou com a sua sinceridade habitual, após derrotar Azarenka, por 1-6, 6-3 e 6-3. Osaka é a primeira tenista asiática (homem ou mulher) a conquistar três títulos do Grand Slam e a quinta jogadora a vencer as três primeiras finais de majors que disputou, sucedendo a Jennifer Capriati, em 2001/2002.

Os dois títulos anteriores, no US Open de 2018 e no Open da Austrália de 2019, com quatro meses de intervalo, elevaram-na ao patamar das estrelas e os patrocinadores fizeram fila... E não foi surpreendente que encabeçasse a lista da Forbes, como a atleta mais bem paga de sempre, com mais de 30 milhões de euros auferidos em patrocínios e prize-money no período de 12 meses.

Nesse espaço de tempo, Osaka cresceu muito e continuou humilde, preparando afincadamente este US Open. “Durante a quarentena, quis colocar-me na situação de poder ganhar este torneio e trabalhei duramente. Quis ter uma oportunidade. E quis que mais pessoas conhecessem mais nomes”, afirmou Osaka, seguida por 1,5 milhões no Instagram - ou 683 mil no Twitter.

Azarenka, que também procurava um terceiro título do Grand Slam, venceu oito dos primeiros nove jogos da final. Mas quando se esperava que avançasse no segundo set, para 3-0, Osaka reagiu e converteu o seu primeiro break-point.

O encontro mudou, a japonesa passou a ser a mais agressiva e terminou esse set com 16 winners e apenas cinco erros. Punindo os segundos serviços da adversária, Osaka dispôs de sete break-points no set decisivo e, ao aproveitar dois, superiorizou-se à bielorrussa que nunca deixou de acreditar, mas foi menos eficaz.

Depois de todos os cumprimentos e de arrumar a raqueta, Osaka deitou-se calmamente no meio do court, de olhos bem abertos. “Pensei em todas as vezes em que vi grandes jogadores quase colapsarem no chão e olharem para o céu. Sempre quis ver o que eles viram. Foi um momento incrível, ainda bem que o fiz”, justificou.

Mais tarde, não esqueceu as raízes japonesas e haitianas. “Gostava de agradecer aos meus ascendentes porque cada vez que me recordo de que o seu sangue corre nas minhas veias, lembro-me de que não posso perder”, “tweetou” após o triunfo.

E fez questão de tirar fotos com o troféu envergando a camisola dos LA Lakers, que vestiu sempre após os encontros, em homenagem ao seu amigo Kobe Bryant. “Acredito mesmo que me deu força”, escreveu ela.