“Coletes amarelos” de volta às ruas de Paris. Centenas de detenções em confrontos com a polícia
Os mesmos manifestantes que protestaram contra a política de Emmanuel Macron queixam-se agora da falta de apoios para os sectores atingidos pelo confinamento por causa da covid-19.
O movimento dos “coletes amarelos" voltou a protestar em Paris, dois anos depois dos protestos que se espalharam por todo o país contra a política do Presidente Emmanuel Macron, por vezes com confrontos com a polícia. Em 2018, milhares manifestaram-se em França contra os impostos sobre os combustíveis e o Presidente; agora, a revolta incide sobre a falta de apoio a negócios que foram obrigados a confinar durante a pandemia.
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O movimento dos “coletes amarelos" voltou a protestar em Paris, dois anos depois dos protestos que se espalharam por todo o país contra a política do Presidente Emmanuel Macron, por vezes com confrontos com a polícia. Em 2018, milhares manifestaram-se em França contra os impostos sobre os combustíveis e o Presidente; agora, a revolta incide sobre a falta de apoio a negócios que foram obrigados a confinar durante a pandemia.
Os protestos motivaram uma forte acção policial na capital francesa. Várias centenas de manifestantes juntaram-se em duas praças para acções autorizadas e um dos protestos acabou por se tornar violento. Segundo o Le Monde, a polícia parisiense fechou estações de metro e proibiu protestos junto à Torre Eiffel e nos Campos Elísios (onde se realizaram muitos dos violentos protestos de há dois anos).
Foi precisamente na Avenida dos Campos Elísios onde “coletes amarelos” tentaram manifestar-se, mas foram repelidos pela polícia, com gás lacrimogéneo e granadas de atordoamento. Em resposta, os manifestantes destruíram veículos e incendiaram caixotes de lixo, nomeadamente na Place de Wagram.
“Estamos parados desde 13 de Março, hoje estamos em agonia”, explicava Morgan Dalle, proprietário da discoteca L'Antique, em Béthune, no Pas de Calais, no Norte do país, que foi a Paris expressar a sua revolta, citado pelo Le Monde.
O diário francês também dá conta de que, entre manifestantes, há os que estiveram presentes desde o início do movimento dos “coletes amarelos”, mas também novos elementos, entre os quais vários proprietários de discotecas e estabelecimentos nocturnos, muito atingidos pela crise e pelo confinamento.
Segundo a página no Twitter da polícia parisiense, até às 15h45 tinham sido detidas 222 pessoas, muitas por carregarem objectos perigosos, como martelos e facas.
O primeiro-ministro francês, Jean Castex, pediu aos manifestantes na sexta-feira que respeitassem as medidas de distanciamento social, para evitar um maior contágio em Paris, uma das zonas mais afectadas pela pandemia e onde é obrigatório o uso de máscara em todos os espaços públicos.
Os novos protestos surgem numa altura que a pandemia continua a crescer em França. Na sexta-feira, o país registou mais de nove mil casos pelo segundo dia consecutivo.
No total, França já registou 363.350 casos de contágio e 30.893 vítimas mortais.
Mais acções foram aprovadas e realizadas no resto do país, mas algumas cidades não permitiram a realização de manifestações, devido à pandemia da covid-19. Em Toulouse, a prefeitura (semelhante ao antigo governo civil em Portugal) proibiu os protestos para evitar a propagação do vírus, o que não impediu alguns confrontos com a polícia.