Covid-19: Chaves organizou jantar em período de infecciosidade de casos no clube
ARS Norte emitiu comunicado a dar conta da evolução cronológica dos acontecimentos que levaram ao adiamento do jogo da II Liga entre o Feirense e o Desp. Chaves.
A Administração Regional de Saúde (ARS) do Norte declarou este sábado, em comunicado, que o Desportivo de Chaves organizou um jantar-convívio com o plantel e equipa técnica “em pleno período de infecciosidade dos casos confirmados identificados” de covid-19.
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A Administração Regional de Saúde (ARS) do Norte declarou este sábado, em comunicado, que o Desportivo de Chaves organizou um jantar-convívio com o plantel e equipa técnica “em pleno período de infecciosidade dos casos confirmados identificados” de covid-19.
“A autoridade de saúde local tomou conhecimento que o plantel e respectiva equipa técnica participaram num jantar convívio, organizado pelo Desportivo de Chaves, em pleno período de infecciosidade dos casos confirmados identificados”, destaca a nota da ARS do Norte, sem especificar quando aconteceu o jantar.
O comunicado refere que a informação foi recolhida pelas 18h34 de sexta-feira, minutos antes do encontro da primeira jornada da II Liga, entre o Feirense e o Desportivo de Chaves, em Santa Maria da Feira, que acabou adiado.
A ARS do Norte explica que após articulação das autoridades de saúde local, regional e nacional, foi decidida a “determinação de medidas cautelares que inviabilizavam a participação do referido clube no jogo do campeonato de futebol”.
“Esta decisão foi comunicada ao responsável médico do Desportivo de Chaves, pelas 19 horas desse mesmo dia”, sublinha.
A ARS Norte assegura que “as autoridades de saúde continuarão a acompanhar a evolução desta situação e a desenvolver as medidas de saúde pública consideradas necessárias, em articulação com as entidades envolvidas”.
No dia 10 de Setembro, a autoridade de saúde do Agrupamentos de Centros de Saúde do Alto Tâmega e Barroso teve conhecimento de um caso positivo de covid-19 de um jogador do Desp. Chaves, após o que deu “início aos procedimentos inerentes à intervenção de saúde pública, preconizados nas orientações técnicas da Direcção-Geral da Saúde (DGS), no âmbito da intervenção para prevenção e controlo da covid-19”, como a “investigação epidemiológica”, a “avaliação do risco da exposição” e a “determinação das medidas de saúde públicas necessárias e adequadas”.
Após o cumprimento do plano de testagem pré-jogo previsto no referencial conjunto da DGS e FPF foram “identificados mais três casos confirmados” de covid-19 na sexta-feira, de um jogador e dois elementos da equipa técnica, dando “início aos procedimentos" descritos.
O delegado de saúde da Unidade de Saúde Pública (USP) do Alto Tâmega e Barroso, Gustavo Martins-Coelho, explicou que desde sexta-feira a estrutura do emblema transmontano ficou em isolamento “até que seja concluída a avaliação de risco”.
“Depois de esta estar concluída, será determinado quantos elementos da estrutura terão de se manter em isolamento e quando serão realizados novos testes à covid-19”, sublinhou, sem antecipar uma data para essa decisão.
Gustavo Martins-Coelho tinha explicado na sexta-feira à noite que, depois de uma primeira avaliação de risco, após quatro casos positivos de covid-19 no Desportivo de Chaves, divulgados na sexta-feira, foi dito que “não havia inconveniente” para a realização do encontro em Santa Maria da Feira, mas que “ao final da tarde” esta entidade recebeu “novas informações”.
A Liga Portuguesa de Futebol Profissional defendeu que é “imperativo” manter a aplicação da orientação de que um caso positivo não torna, por si só, obrigatório o isolamento colectivo das equipas, referindo que a competição não pode parar.