Bahrein segue passos dos Emirados e normaliza relações com Israel
Notícia foi revelada por Trump no Twitter, depois de ter falado com os líderes dos dois países. Bahrein era um dos países árabes menos hostis face a Israel.
O Bahrein juntou-se aos Emirados Árabes Unidos e fechou esta sexta-feira um acordo para normalizar as relações com Israel, uma decisão dramática destinada a aliviar a tensão no Médio Oriente.
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O Bahrein juntou-se aos Emirados Árabes Unidos e fechou esta sexta-feira um acordo para normalizar as relações com Israel, uma decisão dramática destinada a aliviar a tensão no Médio Oriente.
O Presidente dos EUA, Donald Trump, divulgou a notícia no Twitter, depois de ter falado pelo telefone com o rei do Bahrein, Hamad bin Isa Al Khalifa, e o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, disse a Casa Branca.
“Este é um desenvolvimento histórico para fazer avançar a paz no Médio Oriente”, afirmaram os três países num comunicado conjunto. “Abrir o diálogo directo e laços entre estas duas sociedades dinâmicas e economias avançadas irá dar seguimento à transformação positiva do Médio Oriente e aumentar a estabilidade, segurança e prosperidade na região”, acrescentaram.
Netanyahu disse que o estabelecimento de relações com mais um país árabe marca “uma nova era de paz”. “Durante muitos anos investimos em paz, e agora a paz irá investir em nós e irá trazer grandes investimentos na economia israelita, e isso é muito importante”, afirmou o primeiro-ministro israelita.
O rei do Bahrein também saudou o acordo e lembrou a necessidade de que seja alcançada uma “paz longa e duradoura” tendo como base a solução dos dois Estados para o conflito israelo-palestiniano.
No mês passado, os Emirados Árabes Unidos concordaram em normalizar as relações com Israel ao abrigo de um acordo mediado pelos EUA. A assinatura do acordo está marcada para dia 15 de Setembro, numa cerimónia na Casa Branca em que Trump irá receber Netanyahu e o ministro dos Negócios Estrangeiros dos Emirados, Abdullah bin Zayed al-Nahyan.
Logo após o anúncio do acordo, os EUA manifestaram o desejo de vender caças F-35 aos Emirados, mas Israel disse estar contra.
O restabelecimento dos laços com Israel tem como pano de fundo os receios sobre a ameaça do Irão para a região. A Administração Trump tem tentado levar outros países de maioria sunita a dialogar com Israel. O mais poderoso entre eles, a Arábia Saudita, disse não estar ainda preparada para esse passo.
Os líderes palestinianos e os seus aliados têm criticado as aproximações dos países árabes a Israel. Turquia e Irão consideraram uma “traição" a normalização de relações diplomáticas entre os Emirados Árabes Unidos e Israel.
O Bahrein é um aliado da Arábia Saudita e é a sede do quartel-general regional da Marinha norte-americana. Entre os países árabes, o pequeno reino era visto como um dos menos hostis face a Israel e muitos davam como certa uma normalização das relações entre ambos idêntica à que foi feita pelos Emirados Árabes Unidos. No ano passado, por exemplo, o ministro dos Negócios Estrangeiros do Bahrein, Khalid bin Ahmed al-Khalifa, disse apoiar o direito de Israel se defender perante as ameaças de Teerão.
O acordo desta sexta-feira fazem do Bahrein o quarto país árabe a chegar a um acordo deste tipo com Israel desde que foram trocadas embaixadas com o Egipto e a Jordânia há algumas décadas.
Na semana passada, o Bahrein disse que iria autorizar que os voos entre Israel e os Emirados usassem o seu espaço aéreo, depois de a Arábia Suadita ter permitido que um avião comercial israelita atravessasse o país para chegar aos EAU.