Mário Barroso quis contar a história da mulher que queria ser livre
Director de fotografia para Manoel de Oliveira ou João César Monteiro, Mário Barroso conta, na sua quarta realização, a história de Maria Adelaide Coelho da Cunha, a herdeira que o marido quis denunciar como louca. Um caso #MeToo antes do tempo, que o cineasta não quis tornar num filme militante.
“Eu não sou realizador,” diz-nos Mário Barroso. Ora essa! Como não, visto que se estreia esta semana Ordem Moral, a quarta longa-metragem que dirige, a seguir ao telefilme Aniversário (2000), O Milagre Segundo Salomé (2004) e Um Amor de Perdição (2008)? Esclarece, entre sorrisos: “Um realizador é um tipo que começa a filmar aos vinte e poucos anos. Ora, eu comecei a filmar aos 50… E o meu estatuto não é de realizador, a minha profissão foi director de fotografia!”