Degelo leva aumento do nível do mar a caminho do “pior cenário climático”

Se as camadas de gelo na Gronelândia e na Antárctida continuarem a derreter ao mesmo ritmo dos últimos anos, o nível do mar pode aumentar mais de 17 centímetros até ao final do século.

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Gronelândia I. Joughin/ Universidade de Washington

Um estudo publicado na revista Nature Climate Change confirma que as camadas de gelo na Gronelândia e na Antárctida têm perdido massa de forma rápida, o que está em concordância com o pior cenário do aumento do nível do mar do Painel Intergovernamental sobre as Alterações Climáticas. Isto é, se essa subida continuar, espera-se que a camada de gelo aumente o nível do mar em mais de 17 centímetros e que mais de 16 milhões de pessoas fiquem expostas a inundações costeiras anuais até ao final do século.

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Um estudo publicado na revista Nature Climate Change confirma que as camadas de gelo na Gronelândia e na Antárctida têm perdido massa de forma rápida, o que está em concordância com o pior cenário do aumento do nível do mar do Painel Intergovernamental sobre as Alterações Climáticas. Isto é, se essa subida continuar, espera-se que a camada de gelo aumente o nível do mar em mais de 17 centímetros e que mais de 16 milhões de pessoas fiquem expostas a inundações costeiras anuais até ao final do século.

Neste estudo compararam-se os resultados do balanço de massa da camada de gelo a partir de observações de satélite com projecções de modelos climáticos. Em comunicado, a equipa composta por cientistas da Universidade de Leeds (no Reino Unido) e do Instituto Meteorológico Dinamarquês refere que, desde que a monitorização sistemática das camadas de gelo começou nos anos de 1990, a Gronelândia e a Antárctida já perderam 6,4 biliões de toneladas de gelo entre 1992 e 2017 – elevando o nível do mar em 17,8 milímetros.

Agora, alerta-se que, se o aumento continuar desta forma, as camadas de gelo deverão aumentar o nível do mar em mais de 17 centímetros. Desta forma, mais de 16 milhões de pessoas ficarão expostas a inundações costeiras anuais até ao final do século.

“Embora tenhamos antecipado que as camadas de gelo poderiam perder grandes quantidades de gelo por causa do aquecimento dos oceanos e da atmosfera, a taxa a que estão a derreter acelerou mais depressa do que poderíamos imaginar”, afirma Tom Slater, principal autor do estudo e investigador do Centro de Observação e Modelagem Polar da Universidade de Leeds.

Já Anna Hogg, também da Universidade de Leeds e autora do artigo publicado no final de Agosto, assinala: “Se as camadas de gelo continuarem a acompanhar os piores cenários das alterações climáticas, devemos esperar ter uns 17 centímetros adicionais de subida do nível do mar só mesmo por causa delas, o que é suficiente para duplicar a frequência de inundações em muitas das maiores cidades costeiras do mundo.”

A Universidade de Leeds e o Instituto Meteorológico Dinamarquês pertencem ao Exercício de Intercomparação do Balanço da Massa da Camada de Gelo (IMBIE), uma colaboração de cientistas que pretende reduzir as incertezas sobre as diferenças nas medições do balanço de massa das camadas de gelo com base em satélite, e é co-financiado pela Agência Espacial Europeia (ESA) e pela NASA.