Grupo Pró-Évora propõe classificação do Mosteiro da Cartuxa
O objectivo é salvaguardar todo o conjunto arquitectónico do mosteiro e o “deserto monástico” que tem 78 hectares.
O Grupo Pró-Évora entregou o Requerimento Inicial do Procedimento de Classificação junto da Direcção Regional de Cultura do Alentejo para classificar como monumento nacional todo o conjunto do Mosteiro da Cartuxa.
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O Grupo Pró-Évora entregou o Requerimento Inicial do Procedimento de Classificação junto da Direcção Regional de Cultura do Alentejo para classificar como monumento nacional todo o conjunto do Mosteiro da Cartuxa.
Segundo Marcial Rodrigues, presidente do Grupo Pró-Évora (GPE), o objectivo principal da proposta é salvaguardar todo o conjunto arquitectónico do mosteiro e o “deserto monástico” que tem 78 hectares. “A nossa ideia é que todo o conjunto seja classificado incluindo a cerca”, acrescentou.
Para além do conjunto arquitectónico, o GPE quer também ver classificado todo o património móvel que inclui cadeirais, quadros, estatuária religiosa, a talha, azulejaria e todo o espólio da “Livraria” do mosteiro.
No que diz respeito ao “deserto monástico” também conhecido como a cerca, o foco é classificar os 78 hectares que incluem, de acordo como representante, “um sistema hidráulico, uma parte do Aqueduto da Água da Prata, uma arca de água, tanques, uma mata de eucaliptos, que o isola do barulho da cidade, entre outras construções” tornando-o uma Zona Especial de Protecção (ZEP).
O requerimento foi entregue juntamente com uma memória descritiva do espaço e é apoiado por 12 personalidades: Artur Goulart de Melo Borges, Aurora Carapinha, Elsa Caeiro, Francisco Bilou, Joaquim Oliveira Caetano, José Aguiar, Manuel Branco, Maria de Jesus Monge, Marta Oliveira, Miguel Soromenho, Nuno Lecoq e Vítor Serrão e que “têm alguns trabalhos sobre a Cartuxa de Évora”.
A Cartuxa tem um forte “valor espiritual, cultural e simbólico” para a região e, apesar dos procedimentos habituais para a classificação, para o presidente do GPE o mais importante é que “não se desvirtue o conjunto arquitectónico” preservando “a dimensão de recolhimento monástico contemplativo própria dos monges cartuxos”.
O Mosteiro de Santa Maria Scala Coeli (Escada do Céu), que actualmente é propriedade da Fundação Eugénio de Almeida e que foi construído entre 1587 e 1598, voltou a instalar a Ordem Cartuxa no ano de 1960 e que permaneceram no eremitério alentejano até Outubro de 2019.
Marcial Rodrigues afirma que o Mosteiro da Cartuxa de Évora é “uma obra notável do renascimento em Portugal” e tem uma relação especial com a cidade. Foi o último mosteiro contemplativo masculino em Portugal que agora aguarda a chegada das irmãs do Instituto das Servidoras do Senhor e da Virgem de Matará.
Texto editado por Ana Fernandes