Huawei junta-se à Porto Editora no regresso às aulas e dá acesso gratuito à Escola Virtual
Alguns tablets e portáteis vêm com uma subscrição de um ano para a Escola Virtual. Um dos objectivos é mostrar que os equipamentos da marca chinesa não precisam dos serviços do Google.
A Huawei está a aproveitar o regresso às aulas em Portugal para mostrar que os seus equipamentos não precisam dos serviços do Google para serem úteis para crianças e adolescentes.
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A Huawei está a aproveitar o regresso às aulas em Portugal para mostrar que os seus equipamentos não precisam dos serviços do Google para serem úteis para crianças e adolescentes.
No final do mês passado, a marca chinesa anunciou uma parceria com a Escola Virtual da Porto Editora, uma das plataformas portuguesas de ensino à distância. Quem comprar um tablet ou portátil da gama Mate sem as ferramentas da Google pré-instaladas recebe uma subscrição grátis de um ano para a Escola Virtual (a partir de 79,99 euros) que permite aceder a manuais virtuais, vídeos explicativos, e jogos didácticos para alunos do 1.º ao 12.º ano.
“Esta campanha faz parte da nossa estratégia digital”, admite ao PÚBLICO Tiago Flores, director comercial da área de consumo da Huawei em Portugal. “O actual contexto educativo, que é muito desafiante para as famílias portuguesas é uma forma de dar a conhecer os nossos produtos”, explica Flores. “Com esta campanha, mostramos que a Huawei tem equipamentos adequados a cada grau de ensino.”
A ideia é que os mais novos se orientem para os tablets (preços a começar nos 99,99 euros), com canetas que permitem escrever e desenhar no ecrã. “Acreditamos que permitem à criança trabalhar a motricidade fina, mesmo se tiverem aulas em casa em frente ao ecrã”, argumenta Flores.
Uma das preocupações dos últimos anos, porém, é que o aumento de tempo que os mais novos passam em frente ao ecrã pode inibir o seu desenvolvimento. Um estudo de 2019, publicado na revista académica JAMA Pediatrics, por exemplo, nota que crianças entre os dois e os cinco anos que passam mais tempo em frente ao ecrã têm menos tempo para desenvolver capacidades motoras ou da fala. Em parte porque grande parte do desenvolvimento acontece quando estão a interagir com os seus educadores, longe de ecrãs.
“É claro que a escrita em papel é diferente de uma escrita digital nos nossos equipamentos, mas os conteúdos são adaptados para contexto multimédia que pode ser muito mais apelativo para os mais novos”, reconhece Tiago Flores.“As crianças são nativas digitais que já passam muito tempo em frente a ecrãs para se entreterem. Ao trazer a educação para estes dispositivos pode-se ter muito sucesso do ponto de vista logístico e do ponto de vista motivacional.”
Arrastar objectos no ecrã, abrir e fechar aplicações, seleccionar imagens, e desenhar letras e números na plataforma digital da Porto Editora devem ajudar os mais novos a executar movimentos de precisão com controlo e destreza.
Contactada pelo PÚBLICO, a Porto Editora explica que o equipamento da Huawei foi todo testado para garantir que funciona com a plataforma. “Esta parceria assenta num objectivo comum”, sublinha Rui Pacheco, director do centro de multimédia da Porto Editora. “[Queremos] proporcionar aos alunos o acesso aos melhores conteúdos digitais e serviços educativos.”
Desde que foi lançada em 2005 que a utilização da Escola Virtual tem vindo, mas em 2020, fruto do confinamento e da consequente interrupção das aulas presenciais, a utilização cresceu exponencialmente. Em parte devido ao facto da Porto Editora decidir dar acesso gratuito, a professores e a alunos, à sua plataforma de ensino à distância até ao final do ano lectivo anterior.
“Na data em que decidimos proporcionar acesso gratuito a todos os alunos e professores, a plataforma tinha cerca de 250 mil utilizadores – três semanas depois, esse número ultrapassou um milhão”, informa Pacheco.
Ainda assim, o ensino a distância foi um desafio para muitos alunos em Portugal pelo facto de nas suas casas não existirem computadores, nem tablets, nem Internet.
O que inclui a oferta?
O PÚBLICO testou a oferta num Huawei MatePad T8 (99,99 euros), disponibilizado pela Huawei. É um dos modelos mais económicos da marca, com 310 gramas, um ecrã de oito polegadas e uma câmara frontal para videochamadas.
Ao activar uma conta para um aluno do 1.º ciclo há acesso a vários jogos, passatempos, canções, imagens e vídeos sobre Matemática, Português e Estudo do Meio. Quando o ano lectivo começar, deverá existir ainda mais conteúdo.
Grande parte do conteúdo da plataforma são vídeos explicativos, mas também há actividades interactivas para desenhar roteiros diários ou conectar imagens e expressões. É ainda possível aceder a versões digitais dos manuais escolares. Os exercícios de escrita à mão (no ecrã) são, no entanto, muito difíceis sem utilizar uma stylus (caneta para ecrã táctil).
Para controlar o tempo que os mais novos passam em frente ao ecrã, os equipamentos da Huawei têm uma secção de “Equilíbrio digital” onde os adultos podem definir “limites de utilização” ao equipamento (por exemplo, ao sábado só se pode usar o tablet uma hora), e limitar o acesso a aplicações específicas.
E as ferramentas da Google?
Os novos equipamentos da Huawei não vêm com acesso às ferramentas do Google. Continua a ser possível aceder ao YouTube, Gmail, Google Maps e navegador Google de um motor de busca, mas não é possível utilizar as aplicações, usar os serviços de subscrição do Google (por exemplo, o YouTube Premium ou o YouTube Music) nem navegar na loja online. Ferramentas e redes sociais Facebook, Messenger e Instagram também não virão incluídas, embora possam ser descarregados da Huawei App Gallery (loja de aplicações da Huawei).
A Huawei quer mostrar que essas não são essenciais. Desde Setembro de 2019 que os novos equipamentos da Huawei chegam ao mercado sem aplicações do Google pré-instaladas devido a uma disputa comercial entre a China e os EUA que escalou depois de a administração de Donald Trump ter colocado a empresa chinesa numa “lista negra” de entidades às quais as empresas americanas (como a Google e o Facebook) não podem fornecer serviços ou produtos.
Uma das estratégias mais recentes da Huawei é a Petal Search, uma aplicação desenvolvida pela marca que desde Maio permite ao utilizador aceder directamente aos pacotes de instalação de aplicações (APK) que ainda não fazem parte da AppGallery.
Como aproveitar a oferta da Porto Editora?
A oferta (válida entre 20 de Agosto e 30 de Setembro) vem na compra de equipamentos Huawei incluídos na campanha de regresso às aulas da marca. Para activar a subscrição nos portáteis é preciso aceder ao site da Huawei Portugal e efectuar a redenção do código promocional da Escola Virtual.
Para activar a subscrição num tablet, é preciso aceder à secção de ofertas da loja de aplicações Huawei AppGallery e descarregar a aplicação EV Smart Book para ter acesso ao código promocional. O processo não vai funcionar se o utilizador descarregar a aplicação fora do separador de “ofertas”.
O PÚBLICO recebeu um MatePad T8 para testar a oferta da campanha.