Bankinter coloca spread mínimo abaixo de 1%
Os spreads mínimos estão encostados a 1% em vários bancos, mas apenas são aplicados a empréstimos à habitação de “bons clientes”.
Numa altura em que as taxas Euribor estão cada vez mais negativas, o que reduz a rentabilidade dos bancos nos empréstimos à habitação, o Bankinter anunciou esta segunda-feira a redução do seu spread mínimo de 1% para 0,95%. Trata-se da primeira instituição a operar em Portugal a colocar a margem comercial abaixo de 1%, retomando, embora a um ritmo mais lento, a “guerra” dos spreads que se verificou antes da crise de 2008, que atirou o valor para 0,25% ou mesmo mesmo menos.
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Numa altura em que as taxas Euribor estão cada vez mais negativas, o que reduz a rentabilidade dos bancos nos empréstimos à habitação, o Bankinter anunciou esta segunda-feira a redução do seu spread mínimo de 1% para 0,95%. Trata-se da primeira instituição a operar em Portugal a colocar a margem comercial abaixo de 1%, retomando, embora a um ritmo mais lento, a “guerra” dos spreads que se verificou antes da crise de 2008, que atirou o valor para 0,25% ou mesmo mesmo menos.
O spread mínimo é atribuído a “bons clientes”, dependendo a sua aplicação de vários critérios, com o valor do empréstimo, valor da avaliação do imóvel, rendimentos ou outras. No caso do anúncio do Bankinter não foi possível saber as condições exigidas para ter acesso à oferta.
Em comunicado, o banco espanhol destaca que se trata “do valor mais competitivo do mercado”, que está inserida numa nova campanha que “inclui ainda o suporte de custos de transferência de Créditos Habitação para o Bankinter”.
Os spreads mínimos têm vindo a descer na generalidade dos bancos, o que, juntamente com a subida dos preços das casas, tem elevado a apreensão do supervisor, o Banco de Portugal. Actualmente, a maior concorrência está a ocorrer entre bancos espanhóis, já que o Santander tem o valor mínimo em 1%. Seguem-se vários bancos com 1,10%, incluindo o Millennium BCP. A Caixa Geral de Depósitos tem o patamar mínimo em 1,23%.
Como as taxas Euribor estão em valores negativos, e a taxa dos empréstimos é composta pelos dois elementos, atira a taxa nominal para perto de 0,5%, se o empréstimo utilizar o prazo de 12 meses. A Taxa final (TAEG) que inclui outros encargos, é mais elevada, e pode não compensar a escolha do banco apenas pelo valor da margem comercial aplicada.
De acordo com os dados divulgados pela Lusa, a taxa a seis meses, a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação, caiu hoje para os -0,459%, atingindo um novo mínimo histórico. A três meses, para -0,487%, a taxa está perto do actual mínimo de sempre.
No prazo de 12 meses, a taxa Euribor manteve-se nos -0,401%, também perto mínimo de -0,399%, registado em 21 de Agosto de 2019.
As taxas Euribor estão negativas desde 2015, uma evolução que está associada, entre outros factores, às decisões de política monetária do Banco Central Europeu (BCE), nomeadamente as taxas de juro que pratica para emprestar ou para guardar dinheiro aos bancos.