Anacom regista mais 15 mil reclamações no primeiro semestre

Regulador recebeu quase 58 mil reclamações nos primeiros meses do ano, mais 35% do que um ano antes. Atrasos na entrega de encomendas e diferendos relativos a facturação e assistências nas telecomunicações estão no topo das queixas.

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CTT foram os destinatários de 12,8 mil queixas que chegaram ao regulador até final de Junho Nuno Ferreira Monteiro

A Anacom recebeu 57,8 mil reclamações escritas no primeiro semestre deste ano, mais 15 mil reclamações do que no período homólogo de 2020 (ou mais 35%). Segundo a entidade reguladora das Comunicações, a maioria das queixas foi dirigida ao sector das comunicações electrónicas (69% do total), registando-se um aumento de 25% na comparação com o primeiro semestre de 2019.

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A Anacom recebeu 57,8 mil reclamações escritas no primeiro semestre deste ano, mais 15 mil reclamações do que no período homólogo de 2020 (ou mais 35%). Segundo a entidade reguladora das Comunicações, a maioria das queixas foi dirigida ao sector das comunicações electrónicas (69% do total), registando-se um aumento de 25% na comparação com o primeiro semestre de 2019.

Apesar de representarem aproximadamente um terço das queixas (31%), os serviços postais registaram um aumento mais expressivo de reclamações (mais 66%).

A Anacom - Autoridade Nacional de Comunicações já tinha sinalizado que o período de pandemia motivou bastantes queixas dos utilizadores dos serviços. Entre os dias 4 e 10 de Abril registaram-se 1549 reclamações no livro de reclamações electrónico (um aumento de 14% face à semana anterior), muitas delas por atraso na entrega de encomendas e falhas da Internet.

No balanço completo do semestre, o regulador diz que recebeu 39,8 mil queixas sobre comunicações electrónicas e, destas, cerca de um terço referiu-se a temas como a facturação dos serviços, incluindo a “facturação de valores considerados indevidos por não concretização de condições acordadas, por serviços não prestados ou consumos não realizados e após o cancelamento de serviços”.

Outros motivos de queixa que cresceram neste período atípico de teletrabalho e telescola foram “a assistência técnica, as falhas nos serviços, em regra fixos, e a velocidade do acesso à Internet, sobretudo fixa”.

A Meo foi o operador mais reclamado (35% das queixas), seguindo-se a Nos (32%), Vodafone (29%) e Nowo/Oni, com 3%.”

A entidade reguladora destaca que houve um acréscimo de reclamações relativamente a todas as empresas, com excepção da Nowo/Oni, que até registou uma diminuição. Entre os prestadores mais reclamados, a Nos foi o que registou o maior número de reclamações por mil clientes (5), seguido da Vodafone (3) e da Meo (2)”.

Das 18 mil reclamações relacionadas com serviços postais que chegaram à Anacom, a larga maioria teve os CTT como destinatário: 12,8 mil reclamações (mais 39% do que no período homólogo). No caso da empresa DPD, o aumento foi de 330%, com 3,8 mil reclamações.

Cerca de 40% das reclamações relacionou-se com o atraso na entrega de objectos postais, em particular a falta de tentativa de entrega, nos casos de entrega ao domicílio.

Além disso, os clientes dos serviços postais queixaram-se também do atendimento, “sobretudo no que respeita ao custo com as chamadas para as linhas telefónicas e as dificuldades no funcionamento destas linhas”, referiu a Anacom.