PSD cria “senado” para alargar posicionamento político-ideológico

Novo órgão consultivo tem 29 personalidades que foram escolhidas por terem “currículo e experiência”.

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David Justino diz que o novo órgão permitiu o rejuvenescimento do conselho estratégico nacional Nuno Ferreira Santos

O novo órgão consultivo do PSD é “uma espécie de senado” do partido para recolher “contributos com perspectivas diferenciadas”, explica ao PÚBLICO o seu presidente David Justino. Com a primeira reunião já marcada para dia 12, o conselho consultivo do conselho estratégico nacional (CEN) irá colaborar na construção do plano de retoma da economia orientado para os fundos europeus previstos por causa da pandemia.

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O novo órgão consultivo do PSD é “uma espécie de senado” do partido para recolher “contributos com perspectivas diferenciadas”, explica ao PÚBLICO o seu presidente David Justino. Com a primeira reunião já marcada para dia 12, o conselho consultivo do conselho estratégico nacional (CEN) irá colaborar na construção do plano de retoma da economia orientado para os fundos europeus previstos por causa da pandemia.

Ao criar um órgão que integra personalidades como Carlos Moedas, Miguel Poiares Maduro, José Pacheco Pereira, mas também nomes da área socialista, como Daniel Bessa e Henrique Neto, o PSD tem como objectivo “alargar o leque em termos de posicionamento político-ideológico no sentido de recolher o máximo de contributos e perspectivas diferenciadas”, de acordo com David Justino, que é também vice-presidente do PSD.

A primeira reunião das 29 personalidades – entre militantes e independentes – tem uma agenda de trabalhos aberta para “dar liberdade aos conselheiros para que possam dar voz a questões que considerem prioritárias”. Esses contributos poderão ser depois trabalhados pelo CEN liderado pelo economista Joaquim Sarmento.

Lançado por Rui Rio em 2018, também com uma natureza consultiva, o CEN está dividido em 15 áreas temáticas (Ambiente e Energia, Justiça, Saúde, Segurança Social entre outras), mas a direcção social-democrata entendeu que era necessário uma reflexão que não estivesse espartilhada apenas nesses temas. O novo conselho consultivo “é um espaço de reflexão sem limites tendo em conta percepções mais liberais, conservadoras ou mais de centro-esquerda”, afirma David Justino, apontando como o seu primeiro objectivo de trabalho a colaboração para a construção do plano estratégico de retoma da economia já anunciado por Rui Rio.

Trata-se de um programa alternativo ao de Costa Silva, encomendado pelo Governo? “Nada obsta a que algumas das coisas não possam ser aproveitadas” pelo consultor escolhido pelo primeiro-ministro, defende o dirigente nacional do PSD.

Questionado sobre o critério de escolha das personalidades para o novo órgão – e da exclusão de sociais-democratas como o eurodeputado Paulo Rangel ou de Paulo Mota Pinto que é presidente do congresso do PSD – David Justino explica que a intenção era ter a colaboração de pessoas que “não ocupassem cargos políticos, que estivessem desvinculadas de cargos políticos”.

Ao mesmo tempo que tenta diversificar, com a criação do novo órgão, o partido liderado por Rui Rio quis dar um “sinal de rejuvenescimento” do CEN ao levar para o conselho consultivo personalidades “com currículo e com experiência” que já fizeram parte do CEN como é o caso dos ex-ministros Luís Filipe Pereira e de Falcão e Cunha. “Era necessário renovar e trazer os mais novos para o CEN”, justifica David Justino, que já tinha deixado em Junho a liderança daquele órgão, que foi responsável, por exemplo, pelo programa eleitoral das legislativas.

Com reuniões que terão uma regularidade trimestral, o novo conselho consultivo integra o médico Manuel Antunes, o ambientalista João Joanaz de Melo e outros ex-ministros do PSD como Miguel Cadilhe, Pedro Lynce, e Luís Mira Amaral bem como José Liberato Nunes, ex-chefe da Casa Civil do antigo Presidente da República Cavaco Silva.