Portugal banaliza Croácia no arranque da Liga das Nações
A campeã europeia foi sempre superior à vice-campeã mundial e disparou já na liderança do Grupo 3 da Liga A. Segue-se a Suécia, na próxima terça-feira.
As cores pálidas do novo equipamento, entrecortadas por uma mão-cheia de riscas horizontais, não combinaram em nada com a exibição lustrosa e vertical da selecção portuguesa no arranque da segunda edição da Liga das Nações. Muitos furos acima de um adversário que tem estatuto de vice-campeão do mundo, Portugal impôs-se à Croácia por 4-1, no Estádio do Dragão, e iniciou com autoridade a defesa do título.
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As cores pálidas do novo equipamento, entrecortadas por uma mão-cheia de riscas horizontais, não combinaram em nada com a exibição lustrosa e vertical da selecção portuguesa no arranque da segunda edição da Liga das Nações. Muitos furos acima de um adversário que tem estatuto de vice-campeão do mundo, Portugal impôs-se à Croácia por 4-1, no Estádio do Dragão, e iniciou com autoridade a defesa do título.
De um lado não havia Cristiano Ronaldo, do outro faltavam Ivan Rakitic e Luka Modric. Ausências de peso, que obrigaram Fernando Santos e Zlatko Dalic a reajustarem os respectivos planos de voo: Portugal dispôs--se num 4x3x3 em que Diogo Jota e João Félix alternavam no espaço do “nove”, a Croácia apresentou-se no tradicional 4x2x3x1 sem a mesma capacidade de saída na primeira fase de construção.
Depois de dez minutos iniciais de baixa intensidade, Portugal tomou em definitivo conta do jogo. Mais proactivo, a assumir com bola e a circular com critério (mais do que com rapidez), o detentor da Liga das Nações fez do corredor direito um palco preferencial para atacar a estrutura defensiva croata, antes de abrir o manual e pôr em prática abordagens mais variadas.
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A primeira verdadeira tentativa de golo chegou num passe vertical para a profundidade, que terminou com um remate de João Félix (interceptado), aos 15’; a segunda numa boa jogada de envolvimento em que Bruno Fernandes surgiu solto na área (18’), após assistência de Félix; a terceira numa trivela de João Cancelo travada por Livakovic (19’).
O assédio era grande e o golo adivinhava-se, especialmente porque a Croácia não era capaz de condicionar os movimentos entre linhas dos atacantes portugueses. Começou, nessa altura, a fase dos ferros. Raphael Guerreiro testou o poste direito (23’) e a barra (33’), em ambos os casos de fora da área, Pepe cabeceou para as mãos do guarda-redes aos 25’, após canto, Diogo Jota, também de cabeça, acertou no poste mais distante, aos 27’.
Estava difícil. E se tinham sido os laterais a estar mais próximos do golo, com uma equipa muito larga a cercar o adversário, foi um lateral a tirar um coelho da cartola aos 41’: Cancelo flectiu para dentro em condução e, já em zona central, rematou de pé esquerdo.
Especialmente preocupado em fechar o corredor central, com Kovacic e Pasalic quase na íntegra mergulhados em funções defensivas, a Croácia entrou no segundo tempo sem grandes mudanças e o 2-0 surgiu novamente pelo corredor lateral. Raphael Guerreiro aproveitou a desmarcação de Diogo Jota para lhe endossar bola de primeira e o extremo do Wolverhampton rompeu na área e finalizou sem problemas.
Estava cumprida uma hora de jogo, sensivelmente, e Zlatko Dalic decidiu arriscar, mas pouco. Brozovic rendeu Pasalic e Perisic substituiu Brekalo, mantendo-se a abordagem e a estrutura. O extremo do Bayern Munique poderia revelar-se uma ameaça com a bola na profundidade, mas a reacção de Portugal à perda limitava as saídas do adversário, que perdia constantemente os timings para os ataques rápidos.
Cliente regular das imediações da área croata, a selecção nacional, mesmo quando tinha os caminhos obstruídos, gozava de demasiado tempo para decidir. E por isso, aos 70’, num lance infeliz para Livakovic, João Félix estreou-se a marcar pela equipa A, graças a um remate potente desferido da zona central.
Mesmo nesta conjuntura, a selecção dos Balcãs limitou-se a trocar de avançados aos 74’, mas a verdade é que a substituição deu frutos. Numa das poucas ocasiões em que chegou com três unidades a zonas de finalização, a Croácia transformou uma triangulação no golo de honra, da autoria de Petkovic, aos 90’.
Parecia que a história do jogo estava contada, ainda que os números não traduzissem a real dimensão da superioridade portuguesa, mas o último lance do encontro repôs a diferença de três golos no marcador. Na sequência de um pontapé de canto, André Silva surgiu ao segundo poste a emendar para a baliza, assinando o 16.º golo da conta pessoal.
Após quase seis meses de paragem, o campeão - que lançou também Francisco Trincão no derradeiro quarto de hora - fez uma prova de vida. Mostrou que tacticamente continua a ser rigoroso e astuto. E que o entrosamento não se perdeu.