Suspeito de assassinar apoiante de Trump em Portland morto pela polícia

Michael Reinoehl estava a ser investigado pela morte de Aaron Danielson e foi alvo de uma tentativa de detenção. Pôs-se em fuga e acabou por ser morto por agentes federais, que dizem que estava armado, em Lacey, nos arredores de Seattle.

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Local da troca de tiros entre as autoridades e o suspeito, em Lacey (Washington) Reuters/CAITLIN OCHS

Michael Reinoehl, suspeito de matar a tiro Aaron Danielson, um membro de um grupo norte-americano de extrema-direita e apoiante do Presidente Donald Trump, durante os protestos do último fim-de-semana em Portland, foi abatido na quinta-feira à noite por agentes federais, em Lacey, localidade próxima de Seattle, no estado de Washington.

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Michael Reinoehl, suspeito de matar a tiro Aaron Danielson, um membro de um grupo norte-americano de extrema-direita e apoiante do Presidente Donald Trump, durante os protestos do último fim-de-semana em Portland, foi abatido na quinta-feira à noite por agentes federais, em Lacey, localidade próxima de Seattle, no estado de Washington.

O homem de 48 anos pôs-se em fuga quando as autoridades o tentaram deter, cumprindo um mandado emitido no âmbito da investigação sobre a morte de Danielson, de 39 anos.

Segundo o New York Times e o Washington Post, que citam fontes da polícia de Lacey e do Departamento de Justiça dos Estados Unidos, Reinoehl estaria armado, situação que levou os agentes a dispararem sobre ele, atingindo-o mortalmente.

Assumido “antifa”, Reinoehl era presença assídua nos protestos anti-racistas e contra a violência policial em Portland, no estado vizinho de Oregon, organizados quase diariamente pelo movimento Black Lives Matter, desde a morte do afro-americano George Floyd, em Maio, pela polícia de Mineápolis, no Minnesota. 

Em publicações várias nas redes sociais, defendia meios pacíficos de protesto, mas admitia recorrer a meios violentos como resposta a condutas também violentas do outro lado da barricada.

“Estou disponível para lutar pelos meus irmãos e irmãs. Mesmo que muitos deles sejam demasiado ignorantes para compreenderem o que é que os Antifa defendem. Não queremos violência, mas também não vamos fugir dela”, escreveu em Junho no Instagram, cita o New York Times.

No passado fim-de-semana, foi um dos manifestantes que se envolveu em confrontos com membros do grupo de extrema-direita Patriot Prayer, que entraram em caravana automóvel em Portland para desafiar os organizadores dos protestos e demonstrar apoio ao Presidente dos EUA.

Numa entrevista publicada na quinta-feira à noite na Vice News, Michael Reinoehl, um veterano do exército, disse que agiu em legítima defesa quando disparou sobre Danielson.  “Não tive escolha. Ou melhor, tive escolha – podia ter ficado sentado a vê-los matarem o meu amigo de cor. Mas não ia fazer isso”, explicou. Assumiu que fazia de “segurança” para os manifestantes do movimento Black Lives Matter que há meses saem às ruas em Portland, com alguns episódios de confronto entre extrema-direita e movimento antifa.

Pouco antes da tentativa de detenção de Reinoehl, Trump publicou uma mensagem no Twitter a destacar o homicídio de Danielson e a exigir uma acção policial mais célebre contra os responsáveis pelo crime.

“Por que é que a polícia de Porte não está a prender o assassino de sangue frio de Aaron ‘Jay’ Danielson? Façam o vosso trabalho e façam-no rapidamente”, escreveu o Presidente norte-americano naquela rede social.

Donald Trump é uma das vozes mais críticas das manifestações anti-racistas que têm sido organizadas por todo o país e, particularmente, das manifestações de Portland, cidade que o Presidente diz ser o exemplo do “caos” e da “desordem” que o Partido Democrata vai oferecer ao país, caso seja derrotado por Joe Biden nas presidenciais de Novembro.