Papa Francisco pede criatividade à Europa no combate ao vírus do egoísmo
Papa Francisco diz que a Europa tem de ser criativa a “travar um ritmo desumano de consumo e produção” e responder com solidariedade, a única forma de combater o vírus do egoísmo, “muito mais potente do que a covid-19”.
O Papa Francisco desafiou nesta sexta-feira a União Europeia a ser criativa e a “responder solidariamente contra o vírus do egoísmo” que considera ser pior do que o novo coronavírus. A mensagem do Papa foi enviada ao Fórum da Casa Europa-Ambrosetti, um encontro internacional anual sobre questões económicas que se realiza em Cernobbio, no Norte da Itália.
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O Papa Francisco desafiou nesta sexta-feira a União Europeia a ser criativa e a “responder solidariamente contra o vírus do egoísmo” que considera ser pior do que o novo coronavírus. A mensagem do Papa foi enviada ao Fórum da Casa Europa-Ambrosetti, um encontro internacional anual sobre questões económicas que se realiza em Cernobbio, no Norte da Itália.
O Fórum prevê o debate de uma agenda para a Europa e o Papa lembra que passaram 70 anos desde a Declaração Schuman de 9 de Maio de 1950, que abriu o caminho para a União Europeia de hoje.
“Agora, mais do que nunca, a Europa é chamada a mostrar liderança num esforço criativo para emergir dos estreitos do paradigma tecnocrático aplicado à política e à economia. Esse esforço criativo deve ser solidário, o único antídoto para o vírus do egoísmo, um vírus muito mais potente do que a covid-19”, refere.
O Papa exortou os participantes no fórum a fazer um esforço “por desenvolver novas compreensões da economia e do progresso, a combater todas as formas de marginalização, a propor novos estilos de vida e a dar voz aos que não os têm”.
O pontífice argentino insistiu na necessidade de mudar o actual modelo de desenvolvimento por um “mais saudável, mais humano, mais social e mais abrangente” e convidou “a viver uma conversão ecológica, a travar um ritmo desumano de consumo e produção” e a abrir caminhos novos e originais para o bem comum.
“Naquela época, a preocupação era com a solidariedade na produção; hoje, a solidariedade deve estender-se a um bem mais precioso: a pessoa humana. A pessoa humana deve ocupar o seu devido lugar no centro das nossas políticas educacionais, de saúde, sociais e económicas. As pessoas devem ser acolhidas, protegidas, acompanhadas e integradas quando vêm bater à nossa porta em busca de um futuro de esperança”, salientou.
Francisco também exortou a “investir nas novas gerações que são protagonistas da economia do amanhã, para formar pessoas dispostas a se colocarem ao serviço da comunidade”.