Museu Virtual da Lusofonia já está no canal de artes e cultura do Google

Criado em 2017, passa agora a integrar a plataforma Google Arts & Culture. A apresentação pública é esta noite, em Braga.

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Matalane, quadro de Malangatana fotografado por Simone Faresin e exposto no Museu Virtual da Lusofonia

Nasceu como projecto académico e chega agora a um novo patamar de comunicação. O Museu Virtual da Lusofonia, criado em 2017 pelo Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade (CECS) da Universidade do Minho, passa a partir desta sexta-feira a estar representado na plataforma Google Arts & Culture, com a qual assinou um acordo. A iniciativa é apresentada esta noite, às 21h, no Museu Nogueira da Silva, em Braga, com transmissão em directo no canal do YouTube do museu. Estarão presentes o ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, o reitor da Universidade do Minho, Rui Vieira de Castro, a representante da Google Arts and Culture, Helena Martins, e o director do museu, Moisés de Lemos Martins.

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Nasceu como projecto académico e chega agora a um novo patamar de comunicação. O Museu Virtual da Lusofonia, criado em 2017 pelo Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade (CECS) da Universidade do Minho, passa a partir desta sexta-feira a estar representado na plataforma Google Arts & Culture, com a qual assinou um acordo. A iniciativa é apresentada esta noite, às 21h, no Museu Nogueira da Silva, em Braga, com transmissão em directo no canal do YouTube do museu. Estarão presentes o ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, o reitor da Universidade do Minho, Rui Vieira de Castro, a representante da Google Arts and Culture, Helena Martins, e o director do museu, Moisés de Lemos Martins.

Mas o que é, afinal, o Museu Virtual da Lusofonia? É, segundo a sua descrição oficial, uma “plataforma de cooperação académica, em ciência, ensino e artes, no espaço dos países de língua portuguesa e das suas diásporas”, que até hoje, e nesse âmbito, reúne online um total de “256 obras de arte, 112 fotografias, 98 programas de rádio, 45 exposições multimédia, 19 filmes e dois documentários.” Todos relacionados com o seu propósito inicial de promover “a diversidade artística e cultural dos países lusófonos, abrangendo Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe, Timor-Leste, estendendo-se à Galiza (Espanha) e Macau (China).”

E assim permanecerá o museu, como diz ao PÚBLICO Moisés Martins, professor catedrático do Instituto de Ciências Sociais da Universidade do Minho, director do CECS e também do Museu Virtual da Lusofonia desde a sua fundação. “O que está aí vai continuar e desenvolver-se, porque foi desenhado consoante os nossos interesses, que são académicos. Já o contrato com o Google Arts & Culture é um bocado diferente, porque tem a ver com um delineamento deles e é fundamentalmente um museu de imagem, fixas e em movimento. Imaginemos uma colecção de postais ilustrados ou de graffiti, de um país ou de uma diáspora. Mas também há programas de rádio, ou filmes.”

Para Moisés Martins, o museu é uma grande oportunidade ao nível da cooperação. Porque, argumenta, o que há são coisas pontuais: um congresso, convites a pessoas que se encontram e depois cada uma vai para seu lado, um projecto financiado por três anos e que depois acaba… e o museu é uma coisa permanente. De projecto académico, espera agora que possa vir a tornar-se um projecto dos países de língua portuguesa no domínio intercultural, em termos pós-coloniais”: Porque quando dizemos que o passado pesa em nós, é porque não podemos esquecer a memória. Que é contraditória, polémica, mas a história dos povos é feita da memória que têm.”

Mas uma coisa é a plataforma original e outra a sua exposição na plataforma do Google. Porque nem tudo o que está na primeira poderá ser visto na segunda. “Se formos olhar os países de língua portuguesa”, diz Moisés Martins, “a questão que se coloca aqui é de interculturalidade, de memória histórica, e há muito trabalho feito, nomeadamente teses de doutoramento e livros, que não estarão no Google Arts & Culture”. E as exigências são outras: “Uma coisa como esta é de outro calibre e obriga a profissionalizarmo-nos. Claro que vai assentar muito no trabalho voluntário de professores e alunos, mas tem de ter profissionais para trabalhar sob uma curadoria que é académica, mas que ganha aqui outra amplitude. Se fosse a Direcção-Geral do Património Cultural, muito bem, mas esse é um serviço de administração directa do Estado. E no Google Arts & Culture não se encontra nada, relativo a Portugal, fora da Direcção-Geral do Património Cultural. Porque estão profissionalizados para aquilo, é a sua tarefa. Aqui é uma coisa distinta.”

A preparação deste acordo já começou há algum tempo, recorda Moisés Martins: “Andamos a trabalhar há dois anos, nos bastidores, para este lançamento. E há muita coisa que foi produzida especificamente para o Google.” Na esperança de que tal ligação venha a dar ainda outros frutos: “Articulado com o movimento do Google, vai haver todo um outro movimento académico, efectivo, para afirmação do português como língua de ciência.”