Indústria do cimento e betão compromete-se com neutralidade carbónica até 2050
Quarenta empresas líderes mundiais do sector - entre as quais a portuguesa Secil - comprometem-se a trabalhar para reduzir a pegada carbónica do “produto inventado pelo homem mais usado no mundo”
Várias empresas líderes mundiais no cimento e betão, incluindo a portuguesa Secil, juntaram-se no compromisso de trabalhar para reduzir a pegada de dióxido de carbono (CO2) e conseguir produzir betão neutro em carbono até 2050.
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Várias empresas líderes mundiais no cimento e betão, incluindo a portuguesa Secil, juntaram-se no compromisso de trabalhar para reduzir a pegada de dióxido de carbono (CO2) e conseguir produzir betão neutro em carbono até 2050.
A posição conjunta da indústria, intitulada “Ambição Climática para 2050”, foi assumida por quarenta empresas líderes mundiais do sector, que se comprometem a trabalhar para reduzir a pegada carbónica do “produto inventado pelo homem mais usado no mundo”, divulgaram em comunicado.
A declaração foi lançada pela Associação Mundial do Cimento e Betão (GCCA, na sigla inglesa) e trata-se da primeira vez que a indústria se une a nível global para declarar a ambição colectiva de um futuro neutro em carbono.
A produtora de cimentos portuguesa Secil, que comemora este ano o 90.º aniversário, foi uma das empresas que se associou à declaração de ambição do sector.
“A Secil empreendeu, há anos, a sua viagem rumo há sustentabilidade e tem dados passos seguros nesse desígnio, especialmente no que respeita à biodiversidade, ao uso de combustíveis alternativos, à inovação em produtos com menor intensidade carbónica, à eficiência energética e à actuação responsável nas comunidades onde está inserida”, referiu, em comunicado, o presidente da comissão executiva da cimenteira, Otmar Hübscher.
A indústria do betão e do cimento constitui uma parte fundamental do sector da construção, que representa 13% do Produto Interno Bruto (PIB) global.
A declaração identifica as medidas necessárias para se conseguir um betão neutro em carbono, nomeadamente a redução e eliminação de emissões relacionadas com a energia, redução de emissões de processo através do recurso a novas tecnologias e implementação da captura de carbono, uso mais eficiente do betão, reutilização e reciclagem do betão e dos edifícios e aproveitamento da capacidade do betão de absorver e armazenar carbono da atmosfera.
“O betão tem um papel vital a desempenhar no sentido de se abordarem as necessidades de comunidades sustentáveis e da prosperidade. É um ingrediente chave para as infra-estruturas, habitação, água potável e para a resiliência das comunidades à medida que o nosso clima está a mudar. E terá também um papel crucial em facilitar a transição para uma energia limpa, mais verde”, defendeu a presidente da comissão executiva da GCCA, Dinah McLeod.
Os membros da GCCA estão actualmente a desenvolver um Roteiro do Betão para 2050, para definir as acções a implementar pela indústria para alcançar o objectivo da neutralidade carbónica, que deverá ser publicado no segundo semestre de 2021.