Não há lugar para a nostalgia nos 20 anos da Circolando

20.20 olha para o passado da companhia de teatro sem intenção de o adorar: André Braga e Cláudia Figueiredo preferem tentar perceber qual é o próximo passo. Uma festa que de celebração não tem assim tanto (pelo menos não na convenção clássica do termo) e que conta com os confetti menos alegres do mundo.

Foto
Nelson Garrido

Vemos no chão todo um mar de confetti, mas isto não é nenhuma festa. Ou, se é, não tem bolinho, balões, bebida, gente aos berros, música feliz ou a típica entrega irreverente de quem nas festas quer esquecer as dores existenciais do resto da vida. Estamos na celebração do 20.º aniversário da Circolando, mas, se calhar, “celebração” é um termo arriscado: é que André Braga e Cláudia Figueiredo, rostos desta companhia de teatro sediada na antiga central eléctrica do Freixo, actual CACE Cultural do Porto, não celebram o seu passado tanto como o dilaceram e espremem violentamente. Como se, no fundo, interessasse mais saber o que nestes anos todos ficou por explorar do que revisitar as pequenas conquistas que já estão no currículo e que agora nada mais são do que uma fotografia num livro de memórias que convém não tirar da prateleira demasiadas vezes – há que ter cuidado com a melancolia e a traiçoeira saudade de quem vive constantemente daquele perigoso “lembras-te daquela cena fixe que fizemos há cinco anos?”.

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Vemos no chão todo um mar de confetti, mas isto não é nenhuma festa. Ou, se é, não tem bolinho, balões, bebida, gente aos berros, música feliz ou a típica entrega irreverente de quem nas festas quer esquecer as dores existenciais do resto da vida. Estamos na celebração do 20.º aniversário da Circolando, mas, se calhar, “celebração” é um termo arriscado: é que André Braga e Cláudia Figueiredo, rostos desta companhia de teatro sediada na antiga central eléctrica do Freixo, actual CACE Cultural do Porto, não celebram o seu passado tanto como o dilaceram e espremem violentamente. Como se, no fundo, interessasse mais saber o que nestes anos todos ficou por explorar do que revisitar as pequenas conquistas que já estão no currículo e que agora nada mais são do que uma fotografia num livro de memórias que convém não tirar da prateleira demasiadas vezes – há que ter cuidado com a melancolia e a traiçoeira saudade de quem vive constantemente daquele perigoso “lembras-te daquela cena fixe que fizemos há cinco anos?”.