Festival Paragem leva práticas artísticas contemporâneas ao Algarve

Depois de uma edição zero no ano passado, o festival de Lagoa está de regresso com artistas como VON CALHAU! e Sónia Baptista, um comboio-mistério e uma mesa-redonda flutuante.

Foto
Os VON CALHAU! actuam na sexta-feira fernando veludo/nfactos

O Festival Paragem, evento radicado em Lagoa, no Algarve, arrancou em 2019, com uma edição número zero. Este ano, desta quinta-feira até sábado, o festival de “práticas artísticas contemporâneas em época balnear” terá a sua primeira edição propriamente dita, ainda assim alterada pela pandemia. “Até por graça, já escrevi num post que, dadas as circunstâncias, devia ser a edição 0.5”, explica Nelson Guerreiro, co-director artístico, função que divide com Filipa Brito, ao PÚBLICO.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

O Festival Paragem, evento radicado em Lagoa, no Algarve, arrancou em 2019, com uma edição número zero. Este ano, desta quinta-feira até sábado, o festival de “práticas artísticas contemporâneas em época balnear” terá a sua primeira edição propriamente dita, ainda assim alterada pela pandemia. “Até por graça, já escrevi num post que, dadas as circunstâncias, devia ser a edição 0.5”, explica Nelson Guerreiro, co-director artístico, função que divide com Filipa Brito, ao PÚBLICO.

“Só temos eventos ao ar livre”, conta o responsável, que descreve a vontade do festival, promovido pela associação cultural Bóia, de apresentar actuações multidisciplinares site-specific (performance, música, instalações, conversas e tudo o mais). “Nós primamos muito por uma programação que dialogue com a paisagem”, continua, referindo tanto o património natural como o edificado, e o desejo de aproveitar as atracções turísticas de Lagoa. Toda a programação é de entrada gratuita, congregando pessoas que estão naturalmente nos espaços em que os eventos decorrem e público que acorre de propósito: "A única coisa que vendemos são os nossos sacos e parte da receita reverte a favor de uma associação de resgate de gatos”, resume Nelson.

De fora ficaram este ano os eventos em espaços fechados, como grutas, adegas, conventos e outros. “A nossa ideia é reinventar o território, o natural, e reinterpretar o património edificado, o valor histórico patrimonial, e dar-lhe novas camadas de sentido”, sublinha Nelson Guerreiro. Da edição zero para esta, mudou-se a data de final de Agosto para início de Setembro, o que traz um público diferente, permite poupanças ao nível das estadias, e beneficia de outra “luz muito bonita, a anunciar o Outono”.

Pelos três dias de festival estão espalhados acontecimentos protagonizados ou idealizados por nomes como Diogo Melo, Vanda Madureira, Lara Morais, Ana Monteiro, Nuno Carrusca, Ricardo Pimentel, Isadora Alves & Bruno Humberto, Eunice Artur & Bruno Gonçalves, Teresa Brito, Guilherme Fonseca ou CATARATA.

Do programa, o director artístico destaca as duas voltas de comboio-mistério, no primeiro dia e no sábado, em que quem se inscreve viaja num percurso que se apropria dos equipamentos turísticos da zona, e a estreia da secção programática Bóia de Salvação, na sexta-feira, com uma mesa redonda, moderada pelo próprio Nelson Guerreiro, sob o mote (De) Férias no Algarve. Os convidados são a advogada, argumentista e cronista do Expresso Carmo Afonso, o humorista Hugo van der Ding, o jornalista do PÚBLICO Vítor Belanciano, e o maestro Martim Sousa Tavares. “Não sei se vamos conseguir, mas gostaríamos de fazer uma mesa redonda a flutuar, com as pessoas em bóias, mas não sei se o mar o permite”, comenta o organizador. Outros destaques desta edição serão Cena, que descreve mesmo como “uma cena”, do duo Von CALHAU!, na sexta-feira, e Sardinhas, uma performance de Sónia Baptista, pela primeira vez apresentada em português.