Ministra do Trabalho: não é o momento para discutir aumento do salário mínimo

Líderes da UGT e da CGTP colocaram aumento do salário mínimo em 2021 em cima da mesa, mas Ana Mendes Godinho diz que assunto fica para os “próximos tempos”.

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Ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social diz que aumento do SMN será discutido "no espaço da Concertação Social" LUSA/RODRIGO ANTUNES

As centrais sindicais abordaram esta quarta-feira na reunião da Concertação Social o aumento do salário mínimo em 2021, mas a ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social considera não ser este ainda o momento para se avaliar e discutir valores.

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As centrais sindicais abordaram esta quarta-feira na reunião da Concertação Social o aumento do salário mínimo em 2021, mas a ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social considera não ser este ainda o momento para se avaliar e discutir valores.

Apesar de o tema do aumento do Salário Mínimo Nacional (SMN) não constar da agenda da reunião da Concertação Social desta quarta-feira, os líderes da UGT e da CGTP colocaram-no em cima da mesa, sublinhando a necessidade de a remuneração mínima ser reforçada em 2021. A UGT, segundo adiantou Carlos Silva, vai propor ao seu Secretariado Nacional, uma proposta de aumento de pelo menos 35 euros e a CGTP reitera a proposta de que chegue aos 850 euros num curto espaço de tempo.

No final da reunião e questionada sobre o aumento do SMN em 2021, a ministra Ana Mendes Godinho não se alongou sobre o tema referindo que este não é o momento para avaliar e discutir valores, remetendo esta discussão para os “próximos tempos”.

“Não é este o momento para avaliarmos e discutirmos valores. Será no espaço da Concertação Social que essa matéria será debatida” referiu, precisando que a discussão dependerá “também da evolução da situação económica e social”, assumindo a “importância crucial que a Concertação Social e o diálogo social tem neste momento no país”.

Numa segunda resposta sobre o SMN, Ana Mendes Godinho repetiu não ser esta a fase para tratar desta matéria, que será discutida em sede de Concertação Social “nos próximos tempos”.

Sem propor valores relativamente ao SMN, a UGT aproveitou a reunião para sinalizar “que há matérias que não podem passar ao lado” neste retomar dos trabalhos da Concertação Social após as férias.

Salientando ser “fundamental que o salário mínimo nacional avance”, Carlos Silva adiantou que não houve discussão de valores e que a proposta que pretende levar ao Secretariado Nacional da UGT, que se vai realizar em Aveiro em 23 de Setembro, aponta para um aumento em 2021 igual ao de 2020 (35 euros) o que fará o SMN avançar para 670 euros.

Sem nomear o parceiro em causa, o secretário-geral da UGT disse ainda que após a sua intervenção, “houve uma resposta por parte de um dos parceiros empregadores” de que o momento é difícil e não se deveria falar de aumentos salariais.

“[Esse parceiro] está equivocado. Não digo quem é, mas não deixaremos de discutir o salário mínimo e a valorização dos salários”, afirmou Carlos Silva.

Afirmando que para a CGTP “é fundamental” que haja investimento na economia o que implica aumento geral dos salários e do salário mínimo e investimento nos serviços públicos, Isabel Camarinha reiterou a proposta que aponta para um aumento mínimo de 90 euros para a generalidade dos trabalhadores e para que o SMN avance para os 850 euros no curto prazo.

Questionada sobre o valor apontado pela UGT, a líder da CGTP considerou que “é manifestamente pouco”.

“Tem de ser um aumento substancial”, precisou referindo, que apesar de a CGTP não ter estabelecido um prazo para atingir os 850 euros, sendo esta uma das vertentes que aceita negociar, o aumento terá de ser “substancial”.

Sem se referir especificamente à questão do SMN para 2021, o presidente da Confederação Empresarial de Portugal (CIP), António Saraiva, afirmou que este é o momento para que todos se foquem em salvar postos de trabalho, o que passa pela qualificação e formação, e não em aumentos de rendimentos.

“Devemos concentrar-nos em salvar postos de trabalho. Mais do que pedirmos aumentos de rendimentos que, por mais justos que possam ser, este não é o momento para nos desfocarmos”., sublinhou.