Paquistão bloqueia Tinder, Grindr e outras aplicações “imorais” de encontros
Autoridade de Telecomunicações do Paquistão entende que o Tinder, Grindr, Tagged, Skout e SayHi têm “efeitos negativos, devido ao seu conteúdo imoral e indecente”, violando as leis do país.
A Autoridade de Telecomunicações do Paquistão proibiu cinco aplicações de encontros online, incluindo o Tinder e o Grindr.
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A Autoridade de Telecomunicações do Paquistão proibiu cinco aplicações de encontros online, incluindo o Tinder e o Grindr.
“O conteúdo destas aplicações é contra a lei”, disse esta quarta-feira, 2 de Setembro, o porta-voz da Autoridade de Telecomunicações do Paquistão (PTA, na sigla original), Khurram Mehran, à agência de notícias espanhola Efe.
Em comunicado divulgado no final de terça-feira, aquele organismo afirmou que as aplicações Tinder, Grindr, Tagged, Skout e SayHi têm “efeitos negativos, devido ao seu conteúdo imoral e indecente”, violando as leis do país conservador. As relações extraconjugais não são permitidas no Paquistão e a homossexualidade é considerada um crime, com penas de dois a dez anos de prisão.
Segundo a empresa de análise de dados Sensor Tower, nos últimos 12 meses, o Tinder foi descarregado mais de 440 mil vezes no Paquistão. O Grindr, que se apresenta como uma app para pessoas LGBTI, foi instalado 300 mil vezes, escreve a agência Reuters.
A Autoridade de Telecomunicações daquele país disse ter contactado os administradores das cinco aplicações para remover os serviços de encontros e moderar o seu conteúdo, mas estes não responderam. “A PTA pode reconsiderar o bloqueio das aplicações se os administradores das empresas aderirem às leis locais relativas à moderação do conteúdo indecente/imoral”, indicou o organismo.
O país islâmico tem vindo a alertar várias plataformas online para moderar conteúdos. Na última semana, o organismo responsável pelas telecomunicações pediu ao YouTube para bloquear o conteúdo “vulgar, indecente e imoral” no país, depois de em Julho ter instado o TikTok a moderar o seu conteúdo.
As autoridades paquistanesas estão a utilizar a Lei de Crimes na Internet, aprovada pelo Parlamento em 2016, para fazer cumprir estas proibições, legislação que grupos de direitos humanos dizem permitir a censura e limitar a liberdade de expressão no país.