Se os AVC aumentam no Inverno, a prevenção deve ser feita no Verão?
Procure o seu médico para efectuar a vigilância necessária da sua saúde e prevenir ou acompanhar factores de risco que tardiamente identificados ou sem acompanhamento podem levar a um AVC.
Tem sido referido que existe uma variação sazonal (com as estações do ano) na incidência de novos acidentes vasculares cerebrais (AVC) na população. Não existindo unanimidade, uma maioria de estudos internacionais, entre os quais portugueses, refere que a incidência de AVC pode aumentar nos meses de Inverno, provavelmente relacionado com a maior exigência física pelo frio. Nomeadamente, os AVC considerados moderados a graves, que podem causar maiores graus de dependência (alguns deles com origem cardíaca) parecem realmente ser mais frequentes nessa época do ano.
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Tem sido referido que existe uma variação sazonal (com as estações do ano) na incidência de novos acidentes vasculares cerebrais (AVC) na população. Não existindo unanimidade, uma maioria de estudos internacionais, entre os quais portugueses, refere que a incidência de AVC pode aumentar nos meses de Inverno, provavelmente relacionado com a maior exigência física pelo frio. Nomeadamente, os AVC considerados moderados a graves, que podem causar maiores graus de dependência (alguns deles com origem cardíaca) parecem realmente ser mais frequentes nessa época do ano.
Torna-se assim necessário o acompanhamento prévio para os meses frios que se aproximam, com o diagnóstico de factores de risco e instituição de medidas terapêuticas correctas, de forma a reduzir o risco de surgimento de novos acidentes vasculares cerebrais.
Este ano, em particular, este acompanhamento ganha ainda mais relevância. O Inverno prevê-se desafiante com a possibilidade de uma nova vaga da pandemia e com a chegada da gripe sazonal. Agora que exista confiança nas unidades de saúde, por conseguirem receber os doentes em segurança, e que os números de incidência da covid-19 estão mais baixos, é o momento certo para retomar as rotinas de saúde que têm sido adiadas por muitas pessoas desde que a pandemia começou.
Os chamados factores de risco para o AVC isquémico dividem-se em “não-modificáveis”, como a idade e história prévia de outros AVC, e “modificáveis”, como a hipertensão arterial, a diabetes, o tabagismo, a obesidade, o aumento de colesterol sanguíneo, algumas arritmias cardíacas, em especial a fibrilhação auricular e algumas doenças de artérias cerebrais como as carótidas. Estes factores de risco modificáveis, como o seu nome indica, podem ser controlados, reduzindo significativamente o risco de ocorrência de AVC. Adicionalmente, existem fármacos para a prevenção primária ou secundária do AVC, como os antiagregantes ou os anticoagulantes, que também poderão reduzir o surgimento de novos AVC quando utilizados de forma adequada.
Assim, controlar os factores de risco para o AVC passa por preparar e planear a saúde neste período de Verão. Procure o seu médico para efectuar a vigilância necessária da sua saúde e prevenir ou acompanhar factores de risco que, tardiamente identificados ou sem acompanhamento, podem levar a um AVC.
Apesar de melhorias recentes nas taxas de mortalidade, as doenças do aparelho circulatório mantêm-se como a principal causa de morte em Portugal (cerca de 30% de todas as mortes). Entre estas, as doenças cerebrovasculares representam a causa mais frequente (54 mortes/100.000 habitantes/ano) com o acidente vascular cerebral (AVC) isquémico a ser a doença mais relevante para esta estatística (27 mortes/100.000 habitantes/ano).
Para além da referida mortalidade, o AVC isquémico é também grande causa de incapacidade e necessidade de cuidados de saúde, sendo responsável por cerca de 20.000 internamentos anuais. Por tudo isto, nunca como agora foi tão importante reforçar a vigilância e fortalecer a saúde geral da população e, em particular, para os doentes em risco de sofrer AVC.