Líder da oposição bielorrussa vai falar no Conselho de Segurança da ONU

Svetlana Tikhanovskaya vai participar na sessão informal agendada para sexta-feira. Países vão discutir direitos humanos e liberdade de imprensa na Bielorrússia.

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Svetlana Tikhanovskaya, candidata presidencial na Bielorrússia EPA/TATYANA ZENKOVICH

O Conselho de Segurança das Nações vai realizar nova reunião informal na próxima sexta-feira sobre a situação na Bielorrússia, que deverá contar com a participação da líder da oposição ao Presidente Aleksander Lukashenko, Svetlana Tikhanovskaya, revelaram fontes diplomáticas na segunda-feira.

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O Conselho de Segurança das Nações vai realizar nova reunião informal na próxima sexta-feira sobre a situação na Bielorrússia, que deverá contar com a participação da líder da oposição ao Presidente Aleksander Lukashenko, Svetlana Tikhanovskaya, revelaram fontes diplomáticas na segunda-feira.

A sessão por videoconferência será pública e terá como temas principais a situação de direitos humanos e a falta liberdade de imprensa na Bielorrússia. A expulsão de meios de comunicação estrangeiros do país no fim-de-semana e a retirada de acredenciação de jornalistas motivaram o agendamento da sessão, disse uma fonte diplomática.

Tal como a última reunião, que decorreu em privado no dia 18 de Agosto, esta nova sessão será realizada por iniciativa da Estónia, que é actualmente membro não-permanente do Conselho de Segurança da ONU, noticia a agência de notícias francesa AFP.

A reunião será informal, um formato que permite aos membros do Conselho de Segurança (Rússia, China, Estados Unidos, Reino Unido e França, como permanentes, mais 10 não-permanentes) escusarem-se de participar.

Para países como a China ou a Rússia, os acontecimentos na Bielorrússia estão relacionados com a situação interna vivida naquele país e não ameaçam a comunidade internacional. Ambos consideram, por isso, que o tema não deve ser tratado no âmbito do Conselho de Segurança.

Mais de 100 mil pessoas participaram no domingo, em Minsk, capital bielorrussa, na terceira marcha pacífica contra Lukashenko, que propôs mudar a Constituição, mas que rejeita dialogar com o Conselho Coordenador da oposição para uma transferência de poder.

Lukashenko, de 66 anos – dos quais 26 no poder na Bielorrússia – enfrenta um movimento de contestação inédito.

A crise foi desencadeada após as eleições de 9 de Agosto que, segundo os resultados oficiais, reconduziu Lukashenko para um sexto mandato presidencial, com 80% dos votos.

A oposição, os EUA e a União Europeia denunciaram a eleição como fraudulenta e milhares de bielorrussos têm saído às ruas desde essa altura, por todo o país, para exigir o afastamento do Presidente.

Os protestos têm sido, no entanto, reprimidos pelas forças de segurança. Milhares de pessoas foram detidas e centenas ficaram feridas.