Fim do corredor aéreo para Portugal causaria o “caos”, teme British Airways
Menos de duas semanas depois do levantamento da quarentena para passageiros vindos de Portugal, os novos casos continuam a aumentar. O presidente da empresa que detêm a British Airways teme que a situação leve o governo britânico a fechar de novo o corredor aéreo.
O director da International Airlines Group (IAG), grupo dono da British Airways, avisou esta terça-feira que reverter a decisão de incluir Portugal na lista de destinos considerados seguros vai “causar mais caos e dificuldades para os viajantes”. Num artigo de opinião no jornal The Times, Willie Walsh criticou a “lista de requisitos em constante mudança” necessária para abrir os corredores, argumentando que o Reino Unido já teria “oficialmente pousado o sinal de ‘fechado’”.
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O director da International Airlines Group (IAG), grupo dono da British Airways, avisou esta terça-feira que reverter a decisão de incluir Portugal na lista de destinos considerados seguros vai “causar mais caos e dificuldades para os viajantes”. Num artigo de opinião no jornal The Times, Willie Walsh criticou a “lista de requisitos em constante mudança” necessária para abrir os corredores, argumentando que o Reino Unido já teria “oficialmente pousado o sinal de ‘fechado’”.
Portugal passou a integrar a lista de corredores aéreos considerados seguros pelo Reino Unido a 22 de Agosto, mas a situação epidemiológica do país tem piorado desde então. Os 231 novos casos de covid-19 registados esta terça-feira fizeram aumentar o número de novas infecções por cem mil habitantes nos últimos sete dias para 22,7, o valor mais alto deste indicador desde 15 de Julho.
Esta taxa de incidência está, assim, acima do tecto de 20 novos casos por cem mil habitantes que o Reino Unido definiu como aceitável para permitir a circulação de turistas sem necessidade de quarentena no regresso. A possibilidade de voltar a encerrar os corredores aéreos volta a estar em cima da mesa, de acordo com a imprensa britânica.
As autoridades britânicas têm em conta outros dados relativos à situação epidemiológica, como a tendência da taxa de incidência, a taxa de mortalidade e uma avaliação de confiança aos dados de testagem e do fornecimento de informação. A subida da taxa de incidência não significa, por isso, que a quarentena no regresso vá ser obrigatoriamente imposta de novo, mas Willie Walsh considera que a medida não faz sentido.
“Pessoas saudáveis não devem ser isoladas durante 14 dias simplesmente porque têm estado a viajar”, afirmou, considerando que o governo britânico tomou uma “posição caótica em relação à quarentena”.
“França, mas não Itália; Portugal e depois Portugal não, e as ilhas Canárias, a centenas de quilómetros de Espanha continental”, exemplificou.
Willie Walsh aproveitou para aconselhar o governo britânico a introduzir medidas que garantam segurança aos passageiros no momento de voar, uma vez que as restrições estão a travar a recuperação económica no sector da aviação. O presidente sugeriu a introdução de “um regime simples de testagem que permita uma abordagem mais diferenciada às viagens de região para região”.
“Os passageiros querem viajar. Reassegurar que voar é seguro é a chave para qualquer recuperação”, afirmou.