Covid-19. Portugal regista mais três mortes e 244 infectados. Lisboa com 56% dos novos casos

Encontram-se internadas 349 pessoas, das quais 41 em unidades de cuidados intensivos. Há, neste momento, 14.229 casos activos e 41.961 recuperados.

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Hospital Curry Cabral, Lisboa rui gaudêncio

Portugal registou esta segunda-feira mais três mortes e 244 casos de infecção pelo novo coronavírus, o que corresponde a um aumento de 0,4% no número de doentes de covid-19. No total, contabilizam-se 1822 óbitos e 58.012 casos confirmados desde o início da pandemia.

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Portugal registou esta segunda-feira mais três mortes e 244 casos de infecção pelo novo coronavírus, o que corresponde a um aumento de 0,4% no número de doentes de covid-19. No total, contabilizam-se 1822 óbitos e 58.012 casos confirmados desde o início da pandemia.

Dos 244 novos casos, 137 (56%) foram registados na região de Lisboa e Vale do Tejo e 83 (34%) na região Norte. As três mortes registadas nas últimas 24 horas foram todas registadas em Lisboa e Vale do Tejo. Os dados foram divulgados esta segunda-feira no boletim epidemiológico da Direcção-Geral da Saúde (DGS).

O número de novos casos volta a descer, sendo o mais baixo desde 25 de Agosto, data em que se registaram 192 novos casos

Recuperaram da doença mais 76 pessoas relativamente ao dia anterior, contabilizando-se agora um total de 41.961 recuperados. Há, neste momento, 14.229 casos activos, mais 165 do que no domingo — depois de subtraído o número de recuperados e de óbitos ao total de infecções.

Encontram-se internadas 349 pessoas (mais oito do que no domingo), das quais 41 em unidades de cuidados intensivos (o mesmo número do que no dia anterior).

A faixa etária mais afectada em termos de mortes é a das pessoas com mais de 80 anos. As três vítimas mortais identificadas nas últimas 24 horas pertenciam a este grupo de risco (dois homens e uma mulher).

António Lacerda Sales, secretário de Estado da Saúde, revelou esta segunda-feira, durante a conferência de imprensa da DGS sobre a actual situação da pandemia de covid-19 em Portugal, que 97,5% dos casos activos estão a recuperar no domicílio, enquanto 2,5% estão internados (0,3% em unidades de cuidados intensivos e 2,2% em enfermaria). A taxa de letalidade global da doença é de 3,1 % e a taxa de letalidade acima dos 70 anos é de 15,2%.

A zona do país mais afectada pela pandemia continua a ser a região de Lisboa e Vale do Tejo, que regista 29.921 casos acumulados de infecção. Segue-se o Norte, com 20.859; o Centro, com 4807 (mais sete do que no dia anterior); o Algarve, com 1112 (mais sete); e o Alentejo com 944 (mais sete nas últimas 24 horas). Os Açores contabilizam 212 casos de infecção (mais três do que no domingo) e a Madeira mantém-se com um total de 157.

O Norte é a região com o maior número de mortes por covid-19, com um total de 849 desde o início da pandemia. A região de Lisboa e Vale do Tejo registou até este domingo 666 óbitos, seguindo-se o Centro, com 253, o Alentejo, com 22, e o Algarve, com 17 mortes por covid-19.

Foi ainda na região de Lisboa e Vale do Tejo onde se registaram mais casos durante a semana passada (1105 em sete dias). Desde o dia 24 de Agosto, o concelho de Lisboa foi o que registou mais casos, com 143 novos casos numa semana (num total de 5087), seguindo-se Sintra com mais 139 casos (4279 no total); Vila Franca de Xira, com 99 novos casos (1323 no total); a Amadora, com mais 83 (num total de 2494); o concelho da Azambuja, com mais 74 infecções (226 no total) e Odivelas, com mais 57 casos (1806 no total).

No Norte, Braga foi o concelho com mais novas infecções (55) na última semana, num total de 1379 casos acumulados. Segue-se Vila do Conde, com mais 53 casos; Guimarães, com mais 52 pessoas infectadas e Vila Verde, com 51 novas infecções.

Palavra para definir esta fase da pandemia é “preparação"

“Se tivesse que escolher uma palavra para definir a fase em que estamos agora seria preparação. Estamos mais preparados e conseguimos, por isso, prepara-nos melhor. Numa primeira fase estivemos a reagir. Agora essa reacção vem preparada de experiência, ainda sem se saber tudo, mas já sabendo mais, antecipando melhor os cenários e garantindo respostas mais adequadas”, disse Lacerda Sales na habitual conferência de imprensa sobre a covid-19.

A directora-geral da Saúde, Graça Freitas, reiterou, por sua vez, que, apesar de ter existido um aumento de casos nos últimos dias, os números da covid-19 em Portugal estão estáveis e que este é “um aumento controlado”. “Já prevíamos e já tinha sido dito: o contacto durante o Verão poderia aumentar o número de casos. Isso tem acontecido e temos verificado uma coisa interessante que é os focos nas famílias”, referiu.

Sobre a possibilidade de o período de isolamento dos casos confirmados vir a ser reduzido de 14 dias (o período actual) para dez, Graça Freitas sublinhou que existem “grandes expectativas” de “que venha a ser claramente estabelecido que o período de contágio é muito pequeno a partir dos dez dias de início de sintomas ou de contacto com um caso doente”. “Se se vier a verificar que há evidências nesse sentido, seria extraordinariamente positivo poder diminuir o período de isolamento de 14 para 10 dias. Como sabem, 14 é o número de dias que é considerado máximo para incubação, se houver evidência científica em contrário melhor”, referiu.

Regresso às aulas

Em relação ao regresso ao trabalho e às escolas, António Lacerda Sales afirmou que é necessário que este regresso seja feito com “a maior das ponderações e cautelas”, mas sabendo que “nada deverá e poderá ser igual ao que aconteceu durante a primeira fase”.

Graça Freitas afirmou ainda que antes da próxima reunião de peritos no Infarmed será disponibilizado um documento orientador para que “se possam dar algumas indicações” e que prevê facilitar a comunicação entre a escolas, os pais e a Saúde, numa situação em que apareça um caso suspeito ou positivo na escola.

A directora-geral da Saúde destacou que não é necessário encerrar uma escola inteira se existir um caso de infecção suspeito e que"pode ter-se uma acção eficaz, isolando-se os que são preciso isolar e tratando-se os que são preciso tratar”.

Doentes vão poder fazer auto-reporte da sua situação clínica

O secretário de Estado da Saúde deu conta de que mais de 4500 profissionais de saúde foram contratados para forçar a resposta do SNS desde o início da pandemia e anunciou que ainda esta segunda-feira será publicada uma actualização de uma das normas da DGS que “permitirá aos doentes recuperar no domicílio e fazer auto-reporte da sua situação”.

“Isso vai aliviar a pressão sobre os profissionais de saúde, nomeadamente médicos de família, o que lhes permitirá direccionar o tempo disponível para outras actividades igualmente relevantes”, referiu.

Ainda durante a conferência, António Lacerda Sales afirmou que esta alteração dará a possibilidade “do reporte próprio do doente para o seu médico de família” e depois este decidirá a “periodicidade do contacto”.

Sobre esta questão, Graça Freitas lembrou que existe a plataforma TraceCovid, que é utilizada desde o início da pandemia, e que serve para que as pessoas que estão identificadas como doentes e que “estão bem” possam contactar com a sua equipa de saúde.