Gonçalo M. Tavares está a encher de histórias 26 municípios da Rede Cultura 2027

No projecto Peregrinação, da Rede Cultura 2027, o autor faz uma peregrinação literária diária pelos 26 municípios das regiões de Leiria, do Oeste e do Médio Tejo. Iniciativa começou no fim de Junho e estende-se até Outubro.

Foto
O escritor Gonçalo M. Tavares Emilio Naranjo / LUSA

O escritor Gonçalo M. Tavares está a partilhar uma história por dia para “Peregrinação”, projecto que percorre espaços dos 26 municípios da Rede Cultura 2027, responsável pela candidatura de Leiria a Capital Europeia da Cultura 2027.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

O escritor Gonçalo M. Tavares está a partilhar uma história por dia para “Peregrinação”, projecto que percorre espaços dos 26 municípios da Rede Cultura 2027, responsável pela candidatura de Leiria a Capital Europeia da Cultura 2027.

“Peregrinação” arrancou no final de Junho e decorre até 23 de Outubro de 2020, dia da reunião final do congresso “O futuro da nossa cidade”. Nesta recta final, as histórias escolhidas por Gonçalo M. Tavares surgem todos os dias no site da Rede Cultura 2027, recuperando a tradição da narração de contos.

“A ideia é recuperar a questão do contador de histórias, voltar ao som, ou seja, ao velho som da narrativa”, explica o escritor à agência Lusa.

A partir de referências como O Canto Nómada, de Bruce Chatwin, Decameron, de Giovanni Boccaccio, ou a colecção de histórias As Mil e Uma Noites, Gonçalo M. Tavares assume a intenção de “encher um espaço real de ficções”, umas da sua autoria, outras “mais tradicionais”.

Nesta “Peregrinação”, accionando-se “um pequeno botão” no site da Rede Cultura 2027, pode ser ouvida “uma história que sai do espaço real”. “Como se de repente o espaço real escondesse histórias que não importa se são passadas ali ou não. Não é isso, é mais o contrário: a ideia de, depois de ouvirmos uma história ligada a um determinado espaço, quando se pensar nesse espaço também se pensar na história”, acrescenta.

O desafio, que desde Junho já o levou a associar histórias de Castanheira de Pêra a Alenquer, agrada a Gonçalo M. Tavares: “Gosto da ideia do andar, do avançar, do peregrinar, não apenas para atingir um objectivo, não apenas percorrendo metros, ultrapassando uma distância, mas um caminhar que seja um caminhar ao longo de determinadas histórias”, diz.

A ideia de história como “aquilo que permite continuar o caminho” é central nesta “Peregrinação” e Gonçalo M. Tavares pretende contribuir para enriquecer a ligação do leitor aos espaços mapeados para a Rede Cultura 2027. “No nosso próprio percurso biográfico há determinados espaços onde aconteceram determinadas histórias e temos histórias naquele espaço. Em determinados espaços aconteceram coisas que lembramos como uma boa memória, outros como uma memória inclinadamente desagradável. Mas para além das coisas que aconteceram num espaço, há as coisas que imaginámos, as histórias que imaginámos nos espaços”, sublinha.

A peregrinação literária diária do poeta e romancista prossegue até Outubro, cobrindo espaços dos 26 municípios das comunidades intermunicipais de Leiria, Oeste e Médio Tejo que formam a Rede Cultura 2027.