Poucas dezenas manifestaram-se em Lisboa para “desmascarar Portugal”
Sem distanciamento, manifestantes pedem o fim do uso obrigatório de máscara nos locais onde é exigido por ser uma das formas de impedir a transmissão de gotículas que podem transportar o vírus. Falam em “narrativa do medo” e querem o “regresso imediato ao horário normal de trabalho” e à escola sem máscaras.
Sem máscaras e com pouco distanciamento, cerca de uma centena de pessoas pediu na tarde deste sábado que se “desmascarasse Portugal”, na Praça do Rossio, em Lisboa. A manifestação tinha sido convocada através do Facebook pelo movimento “Verdade Inconveniente”, tendo sido divulgada em páginas onde se propagam teorias negacionistas. Apesar de quatro centenas terem afirmado que iriam participar, o número de pessoas que apareceu na baixa de Lisboa foi inferior.
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Sem máscaras e com pouco distanciamento, cerca de uma centena de pessoas pediu na tarde deste sábado que se “desmascarasse Portugal”, na Praça do Rossio, em Lisboa. A manifestação tinha sido convocada através do Facebook pelo movimento “Verdade Inconveniente”, tendo sido divulgada em páginas onde se propagam teorias negacionistas. Apesar de quatro centenas terem afirmado que iriam participar, o número de pessoas que apareceu na baixa de Lisboa foi inferior.
Através do perfil da Internet do movimento é possível perceber que entre as reivindicações dos manifestantes está o fim do uso obrigatório de máscara nos locais onde o mesmo é exigido, o fim daquilo a que chamam “narrativa do medo” e o “regresso imediato ao horário normal de trabalho”.
A Direcção-Geral da Saúde (DGS) recomenda o cumprimento das regras de distanciamento social, a utilização de máscara e a desinfecção frequente das mãos como forma de evitar a propagação do novo coronavírus. Até este sábado já morreram em Portugal 1818 pessoas, tendo já sido infectados com o vírus um total de 57.448 pessoas.
Durante a manifestação foram erguidos cartazes com mensagens pedindo “liberdade, abaixo as máscaras e as restrições” e foram proferidos discursos contra a utilização da máscara: "Eu uso porque sou obrigado e mesmo assim aldrabo”, afirmou um dos manifestantes.
Há ainda registo da presença de pessoas que se intitularam como membros do grupo “Médicos pela Verdade”. Um dos homens, que se disse médico, tomou a palavra para dizer que as máscaras – a que chamou de “mordaça” – “não servem para nada”, sem ser para o “controlo de mentes”. Houve ainda mensagens contra as redes de 5ª geração, apesar de não existir qualquer ligação entre as redes de nova geração e a SARS-CoV-2.
O grupo organizador da manifestação prometeu também avançar com uma providência cautelar contra as medidas que a DGS irá apresentar para a retoma às aulas de forma segura.
Nos vídeos que circulam nas redes sociais é possível perceber que nem sempre foi cumprido o distanciamento social entre os manifestantes, algo que é recomendando para evitar a transmissão do vírus, que se espalha através de gotículas respiratórias.
O PÚBLICO tentou contactar a Polícia de Segurança Pública (PSP) para perceber se a manifestação estava autorizada e se foi fiscalizada, mas até ao momento não obteve resposta.
Esta é o segundo protesto convocado por este movimento neste mês de Agosto. Também na tarde deste sábado existiram manifestações semelhantes em Berlim e Paris. A de maior sucesso reuniu cerca de 20 mil pessoas na capital alemã, já na capital francesa não apareceram mais três centenas.