Vasco Rato: só Passos Coelho pode “federar o espaço não socialista”
O antigo presidente da FLAD e ex-vice de Pedro Passos Coelho no PSD diz que Rui Rio “não é o líder de que o PSD precisa” e “não está talhado para fazer oposição”.
Vasco Rato, antigo presidente da FLAD (Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento) e ex-vice do PSD, diz que Rui Rio “não é o líder de que o PSD precisa” e “não está talhado para fazer oposição”. Em entrevista ao Diário de Notícias, o académico de Ciência Política e Relações Internacionais refere que “a direita tem muitas pessoas que podem liderar o CDS e o PSD”, mas só uma pode fazer a diferença: Pedro Passos Coelho.
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Vasco Rato, antigo presidente da FLAD (Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento) e ex-vice do PSD, diz que Rui Rio “não é o líder de que o PSD precisa” e “não está talhado para fazer oposição”. Em entrevista ao Diário de Notícias, o académico de Ciência Política e Relações Internacionais refere que “a direita tem muitas pessoas que podem liderar o CDS e o PSD”, mas só uma pode fazer a diferença: Pedro Passos Coelho.
“Grande parte da tarefa da oposição é construir uma alternativa ao poder. Isso é que eu não vejo que esteja a ser feito”, defende Vasco Rato na entrevista, acrescentando que é essa incapacidade que o preocupa porque é problemática para o PSD e para o país. “À medida que isso acontece abre-se espaço, sobretudo à sua direita, para que surjam outros agentes, outros actores políticos”, diz. E vai ainda mais longe: "Em grande medida, o Chega surge por esta incapacidade do PSD em fazer oposição.”
Além de criticar o estilo de Rio na oposição, o ex-vice de Pedro Passos Coelho no partido também entende que Marcelo Rebelo de Sousa tem sido demasiado colaborante com o Governo de António Costa. “Acho que não faz o suficiente para garantir o funcionamento regular das instituições. Portanto, creio que há outra forma de exercer o cargo que não é esta. Identifico-me mais com a forma como Mário Soares, Jorge Sampaio, Cavaco Silva, Ramalho Eanes, exerceram esse cargo do que propriamente com a do professor Marcelo”, atira, embora conclua que não tem de se sentir representado por Marcelo porque “a partir do momento em que é eleito, não é de direita nem de esquerda, é o garante das instituições democráticas”.
Ainda assim, Vasco Rato reconhece que, salvo algumas franjas, Marcelo é pacífico entre o eleitorado de direita - ele e Pedro Passos Coelho, a quem aproveita para elogiar. Sobre um regresso do ex-primeiro-ministro à política diz que isso depende sobretudo do próprio. “Se for essa a vontade, é uma pessoa relativamente jovem.”
Apesar de perceber que “a direita tem muitas pessoas que podem liderar o CDS e o PSD”, o professor de Ciência Política e Relações Internacionais acha que Passos sobressai porque tem uma característica única. "Pedro Passos Coelho tem uma diferença - é alguém que pode agregar, pode federar o espaço não socialista.”
Na avaliação que faz do Governo, Vasco Rato diz que o problema é que António Costa não soube fazer diferente. “O meu problema com a governação de António Costa não é tanto que ele tenha feito isto ou aquilo mal, é que não fez diferente, e o país precisa de um caminho novo. Falamos constantemente da necessidade de encontrar outro modelo de desenvolvimento. A crítica estende-se ao PSD. Não há uma tentativa de encontrar esse modelo novo, uma nova visão da sociedade portuguesa, dos problemas que a sociedade portuguesa enfrenta. É mais do mesmo.”