Depois da confusão, Aeroporto de Faro recebe mais inspectores do SEF
SEF garante que, apesar do aglomerado de pessoas retratado na fotografia divulgada nas redes sociais, ninguém esperou mais do que “30 minutos” e que reforço já previsto de inspectores do SEF no Aeroporto de Faro já foi concretizado ontem
As filas intermináveis e compactas no Aeroporto de Faro, de passageiros que aguardavam o controlo de fronteiras, e que foi revelada nas redes sociais, levou o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) a comunicar que esta foi uma situação “pontual e circunscrita, registada em apenas uma hora, no dia 26 de Agosto”. A reabertura do corredor aéreo com o Reino Unido aconteceu antes do que este serviço esperava, pelo que o reforço de inspectores, já previsto para aquele aeroporto para esta semana, não estava ainda concretizado. Desde ontem que o aeroporto já conta com o reforço de 12 inspectores, garante o SEF.
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As filas intermináveis e compactas no Aeroporto de Faro, de passageiros que aguardavam o controlo de fronteiras, e que foi revelada nas redes sociais, levou o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) a comunicar que esta foi uma situação “pontual e circunscrita, registada em apenas uma hora, no dia 26 de Agosto”. A reabertura do corredor aéreo com o Reino Unido aconteceu antes do que este serviço esperava, pelo que o reforço de inspectores, já previsto para aquele aeroporto para esta semana, não estava ainda concretizado. Desde ontem que o aeroporto já conta com o reforço de 12 inspectores, garante o SEF.
A fotografia que mostra um amontoado de passageiros numa sala apinhada do Aeroporto de Faro terá sido inicialmente divulgada pela mãe de uma estudante britânica que chegou naquela tarde ao Algarve e posteriormente republicada, no Twitter, por alguns deputados sociais-democratas. Apesar da confusão ali documentada, o SEF garante que “o tempo máximo de espera foi de 30 minutos”. E, apesar de reconhecer que os serviços não estavam preparados para o aumento tão grande de passageiros tão rapidamente, fonte do SEF garante que a sala de espera não tem capacidade para mais de “cem pessoas”, pelo que qualquer chegada simultânea de passageiros acima desse valor, pode levar a imagens similares àquela, mesmo que não implique a chegada de “oito voos”, com cerca de 800 passageiros, como aconteceu durante o período retratado.
Na sequência da divulgação da fotografia, o SEF veio garantir, em resposta escrita, que o aglomerado de pessoas que aguardava a verificação dos documentos no controlo de fronteira do Aeroporto de Faro se deveu ao facto de este controlo estar a funcionar, “por determinação da ANA Aeroporto, na chamada ‘zona de Inverno’, que não se encontra adequada a receber o exponencial crescimento do número de passageiros (+190%), após a abertura do corredor aéreo com o Reino Unido”.
Segundo o esclarecimento do SEF enviado ao PÚBLICO, esta zona tem apenas “cinco posições de controlo documental de passageiros na área de chegadas”, ao contrário da “zona de Verão”, ainda encerrada pela ANA, que disponibiliza o dobro dessas posições. Contudo, a ANA diz que a área em questão é “a mesma utilizada no período de Verão como de Inverno” e diz lamentar que “a falta de recursos por parte do SEF cause impacto negativo nos passageiros que chegam ao Aeroporto de Faro”.
A mesma fonte dá ainda conta, numa informação enviada ao PÚBLICO, que “fornece antecipadamente as informações sobre o tráfego previsto”, para que as operações de segurança e controlo possam ser atempadamente adequadas, pelo que “irá esclarecer junto do SEF quais as razões para este tipo de ocorrência”.
Depois da informação inicialmente divulgada, o SEF admitiu que, no dia 26, quando se registou o pico de chegadas de oito voos, estavam apenas três dos cinco postos de controlo a funcionar (a ANA diz que eram apenas dois) e nenhum dos sistemas de controlo automáticos, os chamados e-gate. Uma situação que já foi ultrapassada com o reforço, desde esta quinta-feira, de 12 inspectores do SEF no Aeroporto de Faro.
Um reforço que, garante o SEF, já estava previsto para esta semana, com o pressuposto de que o corredor aéreo com o Reino Unido só entraria em funcionamento por estes dias. O anúncio de que o mesmo abriria na passada sexta-feira levou à precipitação de voos e passageiros, sem que o reforço de inspectores no controlo de fronteiras estivesse já concretizado, explica o SEF. Também os dois e-gates estavam, na altura, “em manutenção”, pelo que não se encontravam em funcionamento, mas o SEF pediu a antecipação da entrada em funcionamento de oito novos equipamentos destes nas chegadas — e outros tantos nas partidas — “com um sistema mais automatizado” e que só deveriam estar prontos no final da próxima semana, acrescenta a mesma fonte. Além disso, a partir da próxima terça-feira, dia 1 de Setembro, “haverá novo reforço de mais dez inspectores”, garante o SEF.
A mesma fonte garante que não se registou qualquer situação similar a esta nos aeroportos de Lisboa e do Porto. A ainda baixa frequência de voos, sobretudo no caso do Porto, e um maior dispositivo de inspectores do SEF nestes locais, com particular incidência para Lisboa, são as razões para isso.
Na sequência desta caso, a ANA recorda ainda que “apesar das várias solicitações” que tem feito junto do SEF nesse sentido, “não foi possível assinar” com este serviço um acordo que defina os tempos máximos de espera dos passageiros “para garantir o cumprimento das boas práticas internacionais conforme recomendado pela IATA [sigla inglesa para Associação Internacional de Transporte Aéreo”.
Esta sexta-feira, na conferência de imprensa quinzenal sobre a pandemia na região, a delegada de Saúde regional de Faro, Ana Cristina Guerreiro, disse que a situação epidemiológica “tem conseguido manter-se estabilizada”, havendo apenas pequenos surtos “de transmissão familiar ou laboral”, disse, citada pela Lusa.
O número de casos activo é 264 e nenhum dos oito internados se encontra nos cuidados intensivos. Ana Cristina Guerreiro disse também que entre os casos de covid-19 na região há “48 ou 49” que são importados, seja de portugueses que viajaram para o estrangeiro, sobretudo para Espanha, ou de cidadãos estrangeiros que se deslocaram para o Algarve e adoeceram lá. Um número desvalorizado pelo presidente da Comissão Distrital de Protecção Civil, António Miguel Pina, que lembrou que a população algarvia triplica no Verão, pelo que esses números não têm “significado nenhum”.
Notícia actualizada com a posição da ANA e a conferência de imprensa sobre a situação da pandemia no Algarve.