Marega absolvido de processo por declarações nas redes sociais após ter sido alvo de racismo
Federação Portuguesa de Futebol absolveu o avançado de qualquer infracção disciplinar. A decisão surge seis meses depois de Marega utilizar o Instagram para se insurgir contra os adeptos que lhe direccionarem insultos e cânticos racistas.
O futebolista maliano Moussa Marega (FC Porto) foi esta quarta-feira absolvido da acusação de que era alvo por declarações nas redes sociais após ter sido vítima de racismo, comunicou o Conselho de Disciplina (CD) da Federação Portuguesa de Futebol.
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O futebolista maliano Moussa Marega (FC Porto) foi esta quarta-feira absolvido da acusação de que era alvo por declarações nas redes sociais após ter sido vítima de racismo, comunicou o Conselho de Disciplina (CD) da Federação Portuguesa de Futebol.
Em comunicado, o órgão disciplinar dá conta da decisão de “julgar improcedente, por não provada, a acusação” de que era alvo, absolvendo o avançado de qualquer infracção disciplinar.
A decisão surge seis meses depois do sucedido, quando Marega utilizou a rede social Instagram para se insurgir contra os adeptos que lhe direccionarem insultos e cânticos racistas, além de ter apontado o dedo aos árbitros do encontro Vitória de Guimarães-FC Porto por não o defenderem.
Na publicação, em que criticava os árbitros da partida, a causa deste processo, apelidou de “idiotas” aqueles que vão “ao estádio fazer gritos racistas”. “E também agradeço aos árbitros por não me defenderem e por me terem dado um cartão amarelo porque defendo a minha cor da pele”, acrescentou.
O jogador abandonou o recinto do encontro da I Liga em Guimarães, a 16 de Fevereiro, aos 69 minutos, depois de ter aguentado insultos racistas desde o aquecimento da partida.
Na altura, o Conselho de Disciplina abriu um inquérito aos vimaranenses, enquanto promotores, e o Ministério Público instaurou um inquérito na sequência deste incidente, que mereceu a condenação do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e do primeiro-ministro, António Costa, entre outros.
O caso, no qual foram identificados mais de 20 suspeitos, abalou o mundo do futebol, com representantes do sector a pedirem mudanças na forma como a violência e racismo no desporto é combatida.
Este comportamento configura um crime previsto no Código Penal punido com pena de prisão de seis meses a cinco anos, e uma contra-ordenação sancionada com coima entre mil e 10 mil euros.
Este mês, ao Jornal de Notícias, o avançado disse que não se sabe se o que se passou “mudou a mentalidade” quanto ao tema, porque “ainda não se conhece qualquer sanção”. “Não sei o que se passa. Já não se fala disso, mas o certo é que a partir do momento em que sucedeu, aquilo deu a volta ao mundo. Foi muito importante, porque se falou disso em todo o lado, mas não são as bandeirolas ou as “t-shirts” com slogans contra o racismo que vão mudar as coisas. Até agora, nada mudou”, acusou.