À deriva no mar: menina de cinco anos é resgatada na Grécia numa bóia
A criança foi levada por uma corrente e resgatada por uma embarcação, encontrando-se a flutuar numa bóia e com braçadeiras postas. A APSI deixa o alerta: “As bóias são brinquedos que podem tornar-se perigosos.”
Na segunda-feira, uma menina de cinco anos ficou à deriva no mar da cidade grega costeira de Antirrio, situada a cerca de 200 quilómetros de Atenas, agarrada a uma bóia, e foi resgatada por trabalhadores de um ferry, avança o órgão local Greek Reporter. A equipa do Salaminomachos, que fazia uma rota regular pelo Rio-Antirrio, avistou a criança e lentamente aproximou-se até a colocar a salvo dentro da embarcação.
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Na segunda-feira, uma menina de cinco anos ficou à deriva no mar da cidade grega costeira de Antirrio, situada a cerca de 200 quilómetros de Atenas, agarrada a uma bóia, e foi resgatada por trabalhadores de um ferry, avança o órgão local Greek Reporter. A equipa do Salaminomachos, que fazia uma rota regular pelo Rio-Antirrio, avistou a criança e lentamente aproximou-se até a colocar a salvo dentro da embarcação.
Segundo relatos de testemunhas do resgate e como é possível verificar no vídeo amador, a criança estava em choque, agarrada à bóia e sem se mexer. “Estava a chegar ao porto de Antirrio quando fui informado pelas autoridades portuárias que uma criança com um insuflável tinha sido levada pelas correntes. Localizei-a e parti imediatamente para a resgatar”, conta Grigoris Karnesis, o capitão do ferry, ao canal televisivo grego Mega, citado pelo Greek Reporter.
A menina estaria a nadar com os pais numa praia próxima do porto de Antirrio quando foi levada por correntes fortes até uma zona de mar profundo. Os pais alertaram as autoridades e o salvamento decorreu sem problemas. “A mãe da criança estava num estado semelhante quando lhe ligaram para a vir buscar. O choque foi enorme para ambas”, acrescentou Karnesis.
Bóias e colchões podem tornar-se num inimigo
A Associação para a Promoção da Segurança Infantil (APSI) todos os anos, desde 2003, lança campanhas que têm como objectivo prevenir as mortes por afogamento em crianças e jovens. Desde que as iniciaram, e até 2018, houve uma redução neste tipo de mortalidade infanto-juvenil de 75%, passando de 26 mortes em 2003, para sete em 2018. Em 2020 e em território nacional já se contabilizam quatro mortes por afogamento em crianças com menos de 3 anos, todas em piscinas.
Helena Sacadura Botte, secretária-geral da APSI, deixa o alerta: “As bóias e os colchões insufláveis não são equipamentos de flutuação, são brinquedos que podem tornar-se perigosos. Viram-se facilmente e podem ser arrastados pelo vento ou ondulação.” Ressalva ainda que mesmo com a utilização de braçadeiras ou coletes indicados — apenas os que são homologados pela norma europeia (EN-13138-1) não são considerados brinquedos —, não ficam invalidadas “outras medidas complementares de segurança”, como a vigilância activa, através da presença permanente de um adulto focado na criança.
Num relatório publicado pela APSI no passado mês de Junho, a organização chegou à conclusão que a maior parte das mortes por afogamento em crianças até aos 9 anos ocorrem em ambientes construídos, ou seja, piscinas, tanques, piscinas insufláveis; e, inversamente, em crianças a partir dos 10 anos a maior parte das mortes verificam-se em ambientes naturais, como praias, rios, barragens, lagoas, “onde vão brincar às vezes sem adultos, acompanhados por outras crianças”. Sobre estes, a secretária-geral da APSI elucida: “Podem acontecer na sequência de mergulhos de cabeça, quando não conhecem a profundidade, em sítios onde possa haver lixo, árvores submersas e vegetação e que possa aprisionar partes do corpo e dificultar a vinda para a superfície.”
Segundo dados da APSI, entre 2005 e 2010, a percentagem de mortes por afogamento situava-se nos 16,5%, passando para 9,3% de 2011 a 2018. “É uma grande diferença”, afirma Helena Sacadura Botte, destacando a importância de vedar as piscinas, de forma a reduzir o risco de as crianças caírem acidentalmente e afogarem-se. “As vedações de piscinas são o que nós consideramos mais eficaz para evitar que a criança se afogue quando não há supervisão de adultos.”
A campanha deste ano, de âmbito mais digital devido à pandemia do coronavírus, tem como principal preocupação chegar àqueles que possam optar por alojamentos com piscinas para passarem férias, ao invés de irem para a praia por precaução com a covid-19, uma vez que é naquelas que a maior parte dos acidentes ocorrem. A APSI dispõe de um guia de segurança com orientações sobre a utilização dos artigos aquáticos apropriados.