Rui Rio diz que já se pode ser mais exigente com o Governo
Líder do PSD defendeu possibilidade de serem os médicos de família a visitar os lares para evitar que os utentes tenham de se deslocar aos centros de saúde.
O líder do PSD considera que já é tempo de subir o tom das exigências ao Governo com as lições entretanto aprendidas no combate à pandemia, sobretudo, no que diz respeito aos lares de idosos.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
O líder do PSD considera que já é tempo de subir o tom das exigências ao Governo com as lições entretanto aprendidas no combate à pandemia, sobretudo, no que diz respeito aos lares de idosos.
“Se em Março e Abril não era justo fazer críticas ao Governo, na exacta medida em que ninguém era capaz de fazer muito melhor, porque ninguém era apto, à medida que o tempo passa, já temos de exigir do Governo que tudo o que aprendemos, ao longo destes meses, possa efectivamente ser colocado em prática para que em Novembro possamos combater a pandemia com uma eficácia muito maior”, disse, referindo-se às situações dos lares de idosos.
Rui Rio falava aos jornalistas após uma visita à Santa Casa da Misericórdia de Ponte de Lima e à de Arcos de Valdevez, onde disse ter ouvido algumas “ideias” sobre a forma de os lares actuarem no âmbito da pandemia. Um dos exemplos que referiu é a possibilidade de serem os médicos de família a visitar os lares em vez de serem os utentes a deslocar-se aos centros de saúde. Referiu ainda a criação de locais de retaguarda para gerir os surtos que venham a aparecer nas instituições que acolhem idosos. Medidas que exigem “um maior entrosamento” entre os ministérios da saúde e da segurança social, o que “não tem havido”, segundo Rui Rio.
Relativamente ao lar de Reguengos de Monsaraz, o líder do PSD pede que o relatório do Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social (MTSSS) seja divulgado para acabar com a “confusão” gerada em torno da assistência aos utentes.
Admitindo que a situação no lar de Reguengos de Monsaraz “correu muito mal” tal como já assumiu o primeiro-ministro, o líder social-democrata defendeu que a “confusão” em torno da assistência dos médicos aos utentes deve ser esclarecida, com a divulgação do relatório do MTSSS e também com o produzido pela Ordem dos Médicos (OM). “Não se pode saber o que diz esse relatório oficial? Temos de continuar nesta confusão? Não percebo porque é não é dado conhecimento público [desse documento] e do da OM”, questionou, lembrando que o documento foi enviado para o Ministério Público mas que “não está em segredo de justiça”.
Apesar de considerar que a auditoria realizada pela OM é um documento “oficioso”, Rui Rio diz que tem de ser atendido. “Quer num relatório quer noutro há elementos que se cruzam: a fraquíssima qualidade das circunstâncias em que os idosos estavam em Reguengos”, disse.
O líder social-democrata defende que as conclusões das avaliações já feitas servem não só para apurar responsabilidades como para “perceber o que correu mal” para que “não se repita noutras situações”.
Rui Rio foi ainda questionado sobre o papel dos profissionais de saúde no combate à pandemia e reiterou os elogios: “A esmagadora maioria dos médicos teve um comportamento exemplar”. Embora ressalvando que “um ou outro” possa não ter cumprido o seu papel, o líder do PSD diz que a “sociedade tem de estar grata” pelo seu desempenho.