Kellyanne Conway, uma das conselheiras mais próximas de Trump, sai da Casa Branca

Conway diz que sai da Casa Branca para se dedicar aos filhos adolescentes. O seu marido, um advogado conservador e opositor do Presidente Trump, também vai abandonar a sua actividade política.

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Kellyanne Conway foi directora da campanha eleitoral de Trump em 2016. Depois, foi escolhida como conselheira Reuters/Cheriss May

Kellyanne Conway, uma das conselheiras do Presidente norte-americano, Donald Trump, e uma das suas mais fiéis defensoras, anunciou que vai abandonar a Casa Branca na próxima semana. O anúncio surge no dia do arranque da convenção do Partido Republicano, onde Trump vai aceitar formalmente a nomeação para uma segunda candidatura à presidência dos Estados Unidos.

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Kellyanne Conway, uma das conselheiras do Presidente norte-americano, Donald Trump, e uma das suas mais fiéis defensoras, anunciou que vai abandonar a Casa Branca na próxima semana. O anúncio surge no dia do arranque da convenção do Partido Republicano, onde Trump vai aceitar formalmente a nomeação para uma segunda candidatura à presidência dos Estados Unidos.

Num comunicado divulgado no Twitter, Kellyanne Conway justificou a sua saída com a necessidade de passar mais tempo com os seus filhos adolescentes. “Esta escolha é minha, é a minha voz”, disse Conway. “Com o tempo, irei anunciar novos planos. Por agora, e para os meus filhos, haverá menos drama e mais mamã”, acrescentou.

Kellyanne Conway tem um discurso marcado para quarta-feira na convenção republicana. Nas últimas semanas, escreve o The New York Times, estava a ser equacionada a possibilidade de a conselheira do Presidente se envolver directamente na campanha e passar a viajar com a equipa eleitoral pelos vários estados. As questões familiares, no entanto, parecem ter falado mais alto. 

Durante vários anos, trabalhou como analista política para o Partido Republicano. Nas presidenciais de 2016, começou por apoiar o senador Ted Cruz, mas acabou por se juntar à equipa de Donald Trump, assumindo a direcção da campanha eleitoral que levaria à eleição do magnata do imobiliário. Tornou-se na primeira mulher na história dos Estados Unidos a liderar uma candidatura presidencial vencedora.

Depois, foi escolhida pelo Presidente para ser sua conselheira e, ao longo de quatro anos, notabilizou-se como umas figuras mais influentes na Administração Trump e como uma das mais acérrimas defensoras de Donald Trump.

Nas suas tentativas de defender Trump, Conway envolveu-se em vários episódios polémicos com os media norte-americanos.

Em 2017, numa entrevista à NBC logo após a tomada de posse de Donald Trump, perante as acusações de que o Presidente estaria a exagerar sobre o número de participantes na cerimónia, Conway falou em “factos alternativos”, o que gerou imensas críticas.

No mesmo ano, a conselheira de Trump envolveu-se em mais dois episódios caricatos. Semanas depois dos “factos alternativos”, deu outra entrevista em que inventou o “massacre de Bowling Green”, que nunca aconteceu, para justificar a decisão do Presidente de impedir a entrada nos Estados Unidos de cidadãos de sete países muçulmanos. Depois de criticada e ridicularizada nas redes sociais, acabou por reconhecer o erro.

Conway foi ainda acusada de violar os códigos de ética da Casa Branca ao fazer publicidade à marca de roupa de Ivanka Trump depois de uma retalhista ter retirado das suas lojas a linha de roupa da filha do Presidente

Apesar das polémicas, Conway manteve-se como uma figura central na Administração Trump, marcada por dezenas de demissões ao longo dos últimos quatro anos.

Marido também se afasta

A saída de Kellyanne Conway, comunicada a Donald Trump no domingo, foi acompanhada pelo anúncio da saída do seu marido, George Conway, do Lincoln Project, um grupo de republicanos que se opõem a Donald Trump e que querem impedir a sua reeleição.

Nos últimos anos, o advogado conservador George Conway tem sido uma das vozes mais críticas do Partido Republicano contra o actual Presidente. Em comunicado, Kellyanne Conway disse que ela e o marido “discordam em muitas coisas”, mas que estão “unidos no que mais importa: as crianças”.

O afastamento de Kellyanne e George Conway da vida política surge numa altura em que uma das filhas do casal tem causado polémica nas redes sociais, com publicações onde critica abertamente a mãe e a acusa de ter “arruinado” a sua vida.

“O trabalho da minha mãe arruinou a minha vida. Parte-me o coração que ela continue esse caminho depois de anos a ver os seus filhos a sofrer. É egoísta. É tudo sobre dinheiro e fama, senhoras e senhores”, escreveu Claudia Conway no Twitter, durante o fim-de-semana.