MSC expulsa família de cruzeiro por não respeitar regras anti-covid-19
É a primeira companhia de cruzeiros a voltar ao Mediterrâneo: a viagem começou esta semana e as medidas de segurança são estritas. Uma família escapou-se a um grupo em terra e foi expulsa por pôr em risco a “bolha social”.
A MSC Cruzeiros confirmou que não permitiu o regresso de uma família ao Grandiosa, que reiniciou viagens esta semana no Mediterrâneo. A família, de quatro elementos, apesar de a par das medidas de segurança face à covid-19 impostas pela companhia, decidiu ir passear sozinha por Nápoles quando devia ter ficado junto do grupo para a visita a terra.
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A MSC Cruzeiros confirmou que não permitiu o regresso de uma família ao Grandiosa, que reiniciou viagens esta semana no Mediterrâneo. A família, de quatro elementos, apesar de a par das medidas de segurança face à covid-19 impostas pela companhia, decidiu ir passear sozinha por Nápoles quando devia ter ficado junto do grupo para a visita a terra.
“Ao abandonarem o grupo organizado para a excursão, esta família rompeu a ‘bolha social’ criada para eles e para todos os outros hóspedes”, disse Paige Rosenthal, porta-voz da empresa à revista Travel + Leisure. Assim sendo, remata, “não poderia ser autorizada a embarcar novamente no navio”.
A empresa tem em vigor regras estritas para que os cruzeiros, depois de muitos problemas nesta área turística no início da pandemia e ainda agora em Agosto com um surto num cruzeiro norueguês, “sejam completamente seguros”.
Uma das obrigações é apenas haver saídas em terra em visitas organizadas. “As excursões em terra organizadas permitem que a MSC mantenha o mesmo alto padrão de saúde e segurança a bordo, por exemplo, garantindo que as transferências sejam devidamente higienizadas e que haja espaço adequado para distanciamento social”, refere Rosenthal.
Os “guias turísticos e motoristas também passam por exames de saúde e usam equipamento de protecção individual adequado”.
"Medidas duras”, “tolerância zero”, considera o site especializado cruiseCritic, indicando que “toda a indústria de cruzeiros” está de olho nesta viagem “para ver como corre”.
Além da família que teve de ficar em terra, a empresa confirmou ainda que três pessoas tiveram um teste positivo à covid-19 após a visita a Nápoles. Um segundo teste (obrigatório em caso de positivo) realizado na cidade revelou porém que eram falsos positivos.
Neste caso, os passageiros, enquanto aguardavam o resultado do segundo teste, “ficaram a noite em isolamento para sua segurança. Depois, foi-lhes dada a oportunidade de juntarem-se ao cruzeiro em Palermo”, mas optaram por juntarem-se ao cruzeiro que sai no próximo fim-de-semana.
Entre outras medidas, os cruzeiros navegam apenas com 70% da sua capacidade de passageiros – o Grandiosa até apenas com cerca de 50%, disse a porta-voz da empresa à USA Today –, só são aceites residentes da área Schengen e são submetidos a controlos de temperatura e têm de realizar testes à covid-19. Nos barcos, há que usar máscara em áreas públicas e elevadores, sendo que os passageiros utilizam pulseiras electrónicas através das quais podem fazer pagamento, aceder aos salões e permitem rastreio de contactos.
O MSC Grandiosa iniciou a viagem de sete dias em Génova no domingo, num itinerário com passagem em Civitavecchia (porto mais próximo de Roma), Nápoles, Palermo e Valetta (Malta). A 29 de Agosto entra em acção o segundo barco da MSC a navegar no Mediterrâneo: o MSC Magnifica, que navega por Bari e Trieste, seguindo depois para a Grécia – Corfu, Katákolo e Piréu. A Portugal, a MSC só deve voltar em 2021.