Morreu uma bebé de quatro meses com covid-19 — a primeira criança vítima da doença em Portugal

Uma das vítimas era um homem com mais de 80 anos de idade e a outra era uma menina com quatro meses que estava internada no Hospital Dona Estefânia. É a primeira morte registada nessa faixa etária e é a vítima mais jovem registada desde Março.

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Manuel Roberto

Morreu uma bebé com quatro meses por covid-19 em Portugal. É a primeira morte registada nessa faixa etária e é a vítima mais jovem registada desde Março. De acordo com a ministra da Saúde, Marta Temido, que falava na conferência de imprensa de actualização dos números da pandemia em Portugal, a menina tinha covid-19 e outras “condições associadas” e estava internada no Hospital Dona Estefânia, no Centro Hospitalar de Lisboa Central. Portugal registou, nesta quarta-feira, mais duas mortes por covid-19 — o equivalente a um aumento de 0,1%. 

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Morreu uma bebé com quatro meses por covid-19 em Portugal. É a primeira morte registada nessa faixa etária e é a vítima mais jovem registada desde Março. De acordo com a ministra da Saúde, Marta Temido, que falava na conferência de imprensa de actualização dos números da pandemia em Portugal, a menina tinha covid-19 e outras “condições associadas” e estava internada no Hospital Dona Estefânia, no Centro Hospitalar de Lisboa Central. Portugal registou, nesta quarta-feira, mais duas mortes por covid-19 — o equivalente a um aumento de 0,1%. 

Questionada sobre o assunto, a directora-geral da Saúde, Graça Freitas, presente na mesma conferência de imprensa, esclareceu que a menina contraiu a covid-19 por “transmissão familiar”, ou seja, “através dos seus conviventes” e tinha uma patologia de base “muito grave": “Nasceu com cardiopatia congénita bastante grave e a situação da covid[-19] levou ao agravamento desta patologia e ao aparecimento de uma consequência cardíaca descrita como miocardite​”, esclareceu Graça Freitas. Miocardite é o nome dado à inflamação do tecido muscular do miocárdio, uma patologia que pode ser causada por uma infecção.

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A causa da morte foi “choque séptico”, acrescentou a directora-geral da Saúde, mas o “óbito foi dado como [causado pela] covid-19” pela codificadora da Direcção-Geral “mais reputada, com formação dada pela Organização Mundial de Saúde”.

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A outra vítima mortal era um homem com mais de 80 anos de idade.

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As duas mortes foram registadas em Lisboa e Vale do Tejo que conta com mais de metade dos novos casos identificados nas últimas 24 horas: 159. Foram registados 65 novos casos no Norte, 17 no Centro, sete no Alentejo, quatro no Algarve e um na Madeira.

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De acordo com os dados do boletim epidemiológico diário da Direcção-Geral da Saúde, apresentados esta quarta-feira, há 253 novos casos de infecção, o que representa um aumento de 4,6%. Há ainda 12.786 casos activos de infecção, mais 58 do que na terça-feira. No total, desde o início da pandemia, o país contabiliza 1786 óbitos e 54.701 infecções.

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De acordo com o mesmo boletim, já 40.129 pessoas recuperaram da doença, mais 193 face a terça-feira. Estão 329 pessoas internadas, menos sete do que no dia anterior, 35 delas internadas nos cuidados intensivos (menos três pessoas do que as registadas na terça-feira).

Portugal com Rt de 1,01

A taxa de incidência da covid-19 em Portugal para os últimos sete dias situa-se em 14,4 novos casos por 100 mil habitantes e a taxa de incidência para os últimos 14 dias é de 27,7 novos casos por 100 mil habitantes, revelou Marta Temido.

O índice de transmissibilidade efectivo (Rt) situa-se em 1,01, de acordo com o último cálculo do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge apurado para o período entre 10 e 14 de Agosto — um valor “abaixo daquilo que tinha sido o último apuramento, feito há dois dias, que era de 1,04”.

“A persistência destes índices acima de um merece-nos a nossa maior atenção”, afirmou Marta Temido, destacando a necessidade de “manutenção do esforço de contenção da doença no contexto daquilo que é a preparação da fase do Outono/Inverno” e os números de casos, a nível internacional, que “por força de uma maior movimentação das pessoas tendem a agravar-se e que só podem ser contrariados pelo esforço individual de cada um de nós”.

Na mesma conferência, a ministra da Saúde revelou que há, neste momento, 152 surtos de covid-19 em Portugal, dos quais 44 na região Norte — onde a “situação mais preocupante” se mantém concentrada no Agrupamento de Centros de Saúde da Póvoa do Varzim e Vila do Conde —, seis no centro, 74 em Lisboa e Vale do Tejo, 15 no Alentejo e 13 no Algarve.

Marta Temido destacou ainda que existem actualmente 69 estruturas residenciais para idosos onde há pessoas que são casos positivos, registando-se 563 residentes e 225 profissionais de lares infectados. "O número não nos faz abrandar a preocupação, mas recordo que já chegamos a ter 365 entidades onde havia casos positivos e 2500 utentes infectados e mais de mil funcionários infectados”, afirmou Marta Temido, que classificou a evolução da situação nos lares de idosos como “positiva”.

Responsabilidades sobre surto em lar de Reguengos de Monsaraz serão apuradas “em sede própria”

Em relação ao surto num lar de Reguengos de Monsaraz, Marta Temido garantiu que “as responsabilidades que possam vir a ser apuradas sê-lo-ão em sede própria”.

“O Ministério da Saúde, com os documentos que recebeu, accionou a sua estrutura inspectiva, a Inspecção-Geral das Actividades em Saúde, pedindo a avaliação das responsabilidades dos intervenientes na área da saúde. Interessa-nos perceber quais são os aspectos que merecem da nossa parte uma responsabilidade específica, designadamente em termos de melhoria de procedimentos e eventualmente em termos de responsabilidades disciplinares”, afirmou a ministra da Saúde.