Vinte mulheres assassinadas e 25 tentativas de femicídio desde o início do ano, diz a UMAR

Os dados preliminares do Observatório das Mulheres Assassinadas apontam para dez “femicídios íntimos”, associados a relações de intimidade actuais, passadas ou pretendidas, e dez assassínios em outros contextos, por motivos financeiros, na sequência de assalto ou outros.

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A UMAR acentua a importância de as vítimas de violência doméstica serem informadas sobre as ajudas que têm à disposição Ines Fernandes

Vinte mulheres foram assassinadas desde o início do ano, registando-se ainda 25 tentativas de femicídio nas relações de intimidade, anunciou esta segunda-feira o Observatório das Mulheres Assassinadas (OMA).

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Vinte mulheres foram assassinadas desde o início do ano, registando-se ainda 25 tentativas de femicídio nas relações de intimidade, anunciou esta segunda-feira o Observatório das Mulheres Assassinadas (OMA).

Os dados preliminares do OMA, grupo de trabalho da União de Mulheres Alternativa e Resposta (UMAR), apontam para dez “femicídios íntimos”, associados a relações de intimidade actuais, passadas ou pretendidas, e dez assassínios em outros contextos, por motivos financeiros, na sequência de assalto ou outros.

Além disso, “mais de metade" das tentativas de assassinato​ ocorreu já após o período de confinamento obrigatório, entre Junho e Agosto” na sequência da pandemia de covid-19, realça Cátia Pontedeira, do OMA, em declarações à agência Lusa.

Segundo os dados recolhidos até sábado, dia 15, com base em notícias de mulheres assassinadas e de tentativas de assassinato, além das 25 tentativas de femicídio em contexto de intimidade, ocorreram dois homicídios na forma tentada contra mulheres em contexto de violência doméstica que foram perpetrados contra as mães. Registou-se ainda uma tentativa “por motivos de género” e uma outra por motivos financeiros, acrescenta a OMA.

Em comunicado, o Observatório das Mulheres Assassinadas considera ser urgente investir na análise do fenómeno, para prevenir futuros casos.

“Estes dados revelam a urgência de um investimento numa análise sobre o femicídio e a sua tentativa a partir de um olhar especializado e aprofundado, para prevenir futuros assassinatos”, defende o OMA, na nota divulgada.

O grupo de trabalho da UMAR acentua a importância de as vítimas de violência doméstica serem informadas sobre as ajudas que têm à disposição e incentivadas a procurar apoio, existente em todo o país.

“É fundamental informar as vítimas de violência doméstica onde podem procurar ajuda e incentivá-las a procurar esta ajuda especializada”, destaca o OMA.

No mesmo comunicado, a estrutura sublinha o contacto do Serviço de Informação às Vítimas de Violência Doméstica, 800 202 148, um número “gratuito, confidencial e está disponível 24 horas por dia, todos os dias do ano”.

O último caso de que a OMA teve conhecimento verificou-se em Lamego, distrito de Viseu, na sexta-feira, quando uma mulher de 56 anos morreu, vítima de disparo de arma de fogo. O suspeito é o ex-marido, ainda por localizar pelas autoridades.