54,4ºC! Temperatura no Vale da Morte pode bater recorde mundial
Temperatura foi registada esta domingo na Califórnia, pouco depois das 15h. Especialistas dizem que valores precisarão de ser verificados antes que qualquer “recorde” possa ser estabelecido.
Nem mais nem menos: este domingo, por volta das 15h41, a região de Death Valley (ou Vale da Morte), na Califórnia, chegou aos 54,4ºC, uma temperatura que alguns especialistas crêem ser a mais alta alguma vez registada de forma fiável em todo o planeta.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
Nem mais nem menos: este domingo, por volta das 15h41, a região de Death Valley (ou Vale da Morte), na Califórnia, chegou aos 54,4ºC, uma temperatura que alguns especialistas crêem ser a mais alta alguma vez registada de forma fiável em todo o planeta.
A estação do Serviço Meteorológico dos Estados Unidos em Furnace Creek, perto da fronteira da Califórnia com o estado do Nevada, revelou, em comunicado, que será formado um comité para avaliar a veracidade das leituras. “Como este é um evento de temperatura extrema, precisará de passar por uma revisão formal. Um comité será formado para verificar a validade da leitura de 54,4ºC”, diz a entidade na nota.
De acordo com a Organização Meteorológica Mundial (OMM), a temperatura mais alta alguma vez registada foi de 56,7ºC a 10 de Julho de 1913, também na região californiana de Death Valley. Esta leitura de temperatura é, até agora, a mais alta alguma vez registada na superfície do planeta, mas uma equipa de um serviço meteorológico privado dos EUA já contestou a legitimidade destas leituras. Ao The Guardian, Christopher Burt afirma que estas temperaturas são “impossíveis de uma perspectiva meteorológica”.
Essa mesma equipa investigou o registo de 58°C na Líbia em Setembro de 1922 e concluiu que não correspondia à verdade. A leitura da Líbia aconteceu por causa de um erro humano, mas também por causa do tipo de termómetro usado. Tudo isto contribuiu para que esta temperatura fosse eliminada da lista das mais altas de sempre pela própria OMM e o mesmo aconteceu com outros eventos semelhantes ao longo dos anos.
Sobre a temperatura registada este domingo, Randy Cerveny, professor na Universidade do Arizona e líder de um grupo da OMM que mantém um arquivo de informações sobre este tipo de eventos de temperaturas extremas, disse ao Washington Post que “tudo indica que é uma observação legítima”.
“É bem possível que o pico registado em Death Valley tenha estabelecido um novo recorde de calor mundial. A natureza extrema do padrão climático circundante torna esta leitura plausível. O caso merece uma análise sólida”, disse, por sua vez, Bob Henson, meteorologista, ao blogue American Geophysical Union.
O professor James Renwick, cientista climático da Universidade Victoria de Wellington, na Nova Zelândia, participará dos esforços da OMM para verificar as leituras deste domingo. Renwick disse ao Guardian que as informações precisam de ser verificadas antes que qualquer “recorde” possa ser ser declarado. “Haverá muitas verificações cruzadas para garantir que este valor está correcto”, disse.