Lotação da Festa do Avante! reduzida para um terço: serão no máximo 33 mil pessoas no recinto
DGS vai “analisar tecnicamente” o plano de contingência que recebeu esta sexta-feira do PCP sobre o evento que se realiza no primeiro fim-de-semana de Setembro. Horários para acesso ao recinto também serão reduzidos.
Está esclarecida uma das principais incógnitas em torno da Festa do Avante!: o recinto de 30 hectares, que está licenciado para uma capacidade de cem mil pessoas, terá em simultâneo apenas um terço dessa capacidade, ou seja, em torno dos 33 mil visitantes.
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Está esclarecida uma das principais incógnitas em torno da Festa do Avante!: o recinto de 30 hectares, que está licenciado para uma capacidade de cem mil pessoas, terá em simultâneo apenas um terço dessa capacidade, ou seja, em torno dos 33 mil visitantes.
O anúncio foi feito nesta sexta-feira pelo PCP, que promete que serão adoptadas “medidas adicionais de protecção e prevenção, ampliando ainda mais as condições de segurança garantidas aos seus visitantes”. A Direcção-Geral de Saúde (DGS) também anunciou que recebeu o plano de contingência do partido sobre a Festa e promete “analisar tecnicamente" o documento nos próximos dias.
Os comunistas tornam pública as medidas que propõem dois dias depois de a ministra da Saúde ter afirmado publicamente ser “evidente” que teria que se falar de outros números mais reduzidos para a lotação do evento do que as 100 mil pessoas para que o recinto estaria licenciado (que daria um rácio de 3 m2 por espectador).
“O número de presenças em simultâneo na Festa será de um terço da capacidade licenciada, assegurando que os 300 mil metros quadrados postos à disposição dos visitantes significam que cada um pode usufruir de uma área superior à que está estabelecida para a frequência de praias e que, em regra, será o dobro daquela que está fixada para espaços similares (no caso, espaço ao ar livre)”, descreve o PCP em comunicado enviado à imprensa. Nas praias, a lotação definida pela APA - Agência Portuguesa do Ambiente foi de 8,5 m2 por pessoa, o que acaba por ser muito parecido com o rácio agora usado para a Festa do Avante!
Para cumprir os horários que também estão actualmente definidos para os estabelecimentos da área metropolitana de Lisboa, a organização da Festa do Avante! reduziu as horas limites para a entrada e reentrada no recinto: 24h na sexta-feira e no sábado (dias 4 e 5) e 22h no domingo (6, último dia do evento). Já na quinta-feira, no jornal Avante! se apelava aos visitantes da Festa que levem máscara, que será necessária para alguns espaços do recinto - mas a obrigação de uso permanente da máscara ainda não foi anunciada.
No comunicado em que anuncia estas medidas de segurança sanitária para o evento, o PCP aproveita para argumentar em sua defesa por manter a realização da Festa do Avante! apesar das fortes críticas de que tem sido alvo. O partido realça que a festa é “uma importante afirmação política do exercício de direitos democráticos e de intervenção em defesa dos interesses dos trabalhadores e do povo” e lembra que nesta altura o país também retoma “natural e legitimamente, o conjunto de actividades indispensáveis à fruição da vida”.
Mas lamenta que continue a “campanha contra a Festa do Avante! pretendendo a sua estigmatização, procurando impor-lhe limitações excepcionais que não vigoram nas múltiplas expressões da vida social e cultural, e pôr em causa direitos políticos que o povo português alcançou com o 25 de Abril”.
O gabinete de imprensa do partido aproveita para apelar à participação dos militantes no comício do secretário-geral, Jerónimo de Sousa, que se realiza como é habitual no domingo à tarde, para que os visitantes da Festa respondam “à campanha que visa condicionar a actividade do PCP, o exercício de liberdades e a efectivação de direitos sociais e económicos, a defesa dos interesses dos trabalhadores e do povo”
O partido garante que vai realizar a festa “com toda a responsabilidade e garantindo integralmente as condições para o seu usufruto em tranquilidade e segurança”. E frisa mesmo que as medidas de protecção e segurança que definiu são “iguais ou superiores às de actividades e contextos que marcam a restante vida social – do acesso à praia à presença nos múltiplos espectáculos e festivais já realizados ou agendados, até à mera circulação em muitas ruas e praças do país”.
Para isso, já tinha anunciado em Junho um conjunto de medidas que vão desde a redução do número de palcos até à criação de equipas de assistentes de plateia que irão assegurar que o público cumpre as regras de distanciamento e de equipas de limpeza permanente dos espaços, passando pela transformação em actividades ao ar livre de eventos que estavam previstos para pavilhões cobertos (como o teatro, cinema e exposições), pela disponibilização de material de higienização, pela criação de corredores de circulação de um só sentido.