Bloco refere que no PSD há arrependimento de quem admitia dialogar com quem apela à violência
Catarina Martins assinala que a lei que penaliza o discurso do ódio e da violência é suficiente. “Não há falhas”, garantiu.
Um dia depois das mais variadas tomadas de posição sobre as ameaças feitas a três deputadas e a activistas anti-racistas durante uma concentração, no passado sábado, junto à sede de SOS Racismo, a coordenadora do Bloco de Esquerda fez um reparo ao maior partido da oposição.
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Um dia depois das mais variadas tomadas de posição sobre as ameaças feitas a três deputadas e a activistas anti-racistas durante uma concentração, no passado sábado, junto à sede de SOS Racismo, a coordenadora do Bloco de Esquerda fez um reparo ao maior partido da oposição.
“Julgo que haverá agora no PSD agora quem se arrependa”, disse esta sexta-feira, no Porto, Catarina Martins, referindo-se a vozes daquele partido que, admitiam, em certas condições, uma futura colaboração política com o Chega de André Ventura.
Perguntada se se referia a directamente a declarações de Rui Rio, que provocaram polémica, a dirigente bloquista fez uma nuance. “Talvez o Dr. Rui Rio não tivesse a percepção do que estava a acontecer quando fez essas afirmações no passado, não estou em crer que o Dr. Rui Rio queira ser complacente com o crime em Portugal”, afirmou.
Sobre a actuação das duas parlamentares do BE ameaçadas, Mariana Mortágua e Beatriz Gomes Diaz, a dirigente bloquista revelou que estão a preparar as suas queixas ao Ministério Público. “Temos a maior confiança na PJ e nas forças de segurança que em Portugal vão proteger, não só as deputadas, mas todas as pessoas ameaçadas, e a melhor forma de as proteger é deter quem faz ameaças”, destacou.
Para Catarina Martins não é necessária qualquer revisão da actual legislação. “Não há falhas, não é preciso alteração nenhuma à lei que criminaliza o apelo à violência e ao ódio. Contudo, não deixou de notar uma certa complacência de responsáveis políticos para com este fenómeno "com o crime e de normalizar o crime”.