EDP Distribuição vai passar a chamar-se E-Redes

Mudança de marca do operador da rede de distribuição de electricidade avança até ao final do ano, mas só deverá estar concluída em Dezembro de 2021.

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Nova imagem gráfica da empresa passará a ser amarela Nelson Garrido

A mudança de marca da EDP Distribuição, um processo que se arrasta desde 2017, vai começar a acontecer gradualmente e deverá estar concluída até 31 de Dezembro do próximo ano.

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A mudança de marca da EDP Distribuição, um processo que se arrasta desde 2017, vai começar a acontecer gradualmente e deverá estar concluída até 31 de Dezembro do próximo ano.

A empresa de distribuição de electricidade do grupo EDP vai passar a chamar-se E-Redes, por imposição da Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE), para “evitar confusões entre as restantes marcas do grupo EDP”, anunciou esta quinta-feira a entidade reguladora.

A ERSE refere que o processo de mudança de marca – em que o logo vermelho com o nome EDP dará lugar a um logo amarelo com o novo nome em letras pretas – terá de ser feita “de modo gradual e incremental, assegurando a neutralidade de custos”.

Isto porque a EDP Distribuição desenvolve uma actividade regulada, cujos custos são suportados através das tarifas de electricidade. O que se pretende é que a EDP Distribuição faça as mudanças necessárias dentro do orçamento de que já dispõe.

Já no ano passado a antiga EDP Universal – a empresa que serve os clientes de electricidade do mercado regulado, também foi obrigada a alterar a imagem e a designação comercial para SU Electricidade adoptando um logótipo verde.

A separação total de imagem entre as empresas do grupo EDP que desenvolvem actividades reguladas e as que estão em mercado, como a EDP Comercial, é uma medida há muito reclamada pelos concorrentes da empresa, que se queixam que a confusão entre marcas é um dos maiores obstáculos ao desenvolvimento do mercado liberalizado de comercialização de energia.

Apesar de estar prevista desde 2017, e de a EDP Distribuição há muito ter feito uma proposta à ERSE (o nome E-Redes, que a empresa também já usa em Espanha, está registado em Portugal com várias alternativas de imagem gráfica há vários meses), a entidade reguladora assinala que as iniciativas do Governo para lançar em simultâneo os concursos para as novas concessões municipais de distribuição de electricidade em baixa tensão vieram “interferir no processo”.

A “concretização do processo daquelas concessões encontra-se ainda pendente de conclusão o que, desde logo, tem interferido e aconselha prudência quanto a alterações sobre activos em baixa tensão, incluindo na imagem”.

Novas concessões em aberto

Depois de ter definido que os concursos deveriam ser lançados em 2019, o Governo decidiu que se deveria realizar primeiro um estudo para perceber quais deverão ser os requisitos das novas concessões de distribuição. O estudo, encomendado ao professor catedrático da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto João Peças Lopes, ainda não é conhecido.

Em todo o caso, a ERSE resolveu avançar com o processo de mudança de imagem, que também resulta de orientações da Comissão Europeia (em Espanha, a EDP passou por um processo semelhante), e estabeleceu uma calendarização para “o processo da diferenciação de imagem corporativa, incluindo instalações de atendimento, equipamentos ou outros elementos físicos”.

Dos cerca de 1800 carros da EDP Distribuição, aos cartões dos três mil trabalhadores, tudo terá de mudar de imagem.

A empresa dispõe de “um período transitório até 31 de Janeiro de 2021” para tomar todas as “medidas necessárias à concretização da imagem corporativa”, incluindo a adopção da nova designação comercial “em suportes de comunicação ou facturação” com todas as entidades com as quais se relaciona.

A ERSE dá à empresa presidida por João Torres “um período adicional até 31 de Dezembro de 2021 para a concretização das acções que revistam a alteração de instalações de atendimento” que sejam do seu uso exclusivo.

Calendário até Outubro

A reguladora refere ainda que “a alteração de equipamentos ou outros elementos de concretização física deve ser concretizada nos termos de programação, que inclua calendarização e planificação de meios”. Esta programação terá de ser enviada à ERSE para aprovação até ao final do próximo mês de Outubro.

A EDP Distribuição garantiu, em comunicado divulgado esta quinta-feira, que irá apresentar à ERSE, neste prazo, “o projecto detalhado de alteração de imagem, com o objectivo de garantir a transição para a nova marca sem qualquer perturbação para os consumidores, companhias, concessionários, autarquias e outras entidades que se relacionam com a empresa”.

A empresa “distribui electricidade para 99,5% dos pontos de entrega nacionais, totalizando cerca de 6 milhões de clientes” e gere “179 mil quilómetros de rede aérea e 49 mil de rede subterrânea”.

Assegurando que vai “continuar a ser uma marca de confiança e próxima dos consumidores”, a EDP Distribuição diz que “a futura E-Redes irá garantir o mesmo nível de serviço e as operações a nível nacional através das concessões de distribuição de energia de alta, média e baixa tensão”.

Na instrução ao operador de rede de distribuição para proceder à diferenciação de imagem, que divulgou esta quinta-feira, a ERSE deixa um aviso: a empresa “deve encetar as suas acções de diferenciação de imagem sem prejudicar ou condicionar, por qualquer meio ou forma, a concretização dos processos de concurso” das concessões eléctricas.

Deverá abster-se de “adoptar qualquer actuação promocional da nova marca que extravase o estrito cumprimento do dever de informação aos operadores económicos que consigo se relacionam”, refere a instrução.